Tensão com a Venezuela escala. A operação mais recente dos EUA na área resultou em seis mortos

O Pentágono anunciou o envio do maior porta-aviões da frota norte-americana para o mar das Caraíbas, em plena escalada de tensões com a Venezuela devido a operações contra tráfico de droga.

O secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, ordenou a deslocação do USS Gerald Ford e do respetivo grupo de ataque para a área de responsabilidade do Comando Sul, “em apoio à diretiva do Presidente [norte-americano, Donald Trump] para desmantelar organizações criminosas transnacionais”, disse o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em comunicado.

A missão vai “reforçar a capacidade dos Estados Unidos para detetar, monitorizar e desmantelar atividades ilícitas que ameaçam a segurança e a prosperidade” norte-americanas, referiu.

A força naval “vai expandir as operações de combate ao narcotráfico e enfraquecer redes criminosas transnacionais”, acrescentou o porta-voz do Pentágono.

O USS Gerald Ford junta-se a outros meios já destacados desde o verão para a região das Caraíbas, incluindo três navios anfíbios, aviões de patrulha P-8, caças F-35B e drones MQ-9 que operam a partir de bases em Porto Rico.

Nas últimas semanas, as forças norte-americanas destruíram uma dezena de embarcações suspeitas de tráfico de droga nas Caraíbas e no Pacífico, perto da Venezuela e da Colômbia, resultando em várias mortes.

A Venezuela e a Colômbia acusaram Washington de realizar “execuções extrajudiciais”.

EUA efetuaram o 10.º ataque contra um barco, matando seis pessoas

O secretário da Defesa, Pete Hegseth, confirmou que os EUA realizaram um ataque noturno contra uma embarcação que, segundo ele, era operada por um cartel de droga e traficava narcóticos nas Caraíbas.

O ataque, que segundo Hegseth matou seis pessoas, eleva para 10 o número total conhecido de embarcações visadas e para 43 o número de pessoas mortas desde que os EUA iniciaram a sua campanha no mês passado.

Os ataques, que têm sido efetuados sem procedimentos judiciais ou uma declaração de guerra pelo Congresso, levantaram questões sobre os limites do poder presidencial e foram fortemente criticados pelos governos da Colômbia e da Venezuela – de onde muitos dos barcos parecem ter vindo – e também pelas famílias dos mortos, algumas das quais negaram que os seus familiares estivessem envolvidos no tráfico de droga

Hegseth disse no seu post no X que o barco mais recentemente visado estava a ser operado pelo Tren de Aragua, um cartel criminoso que o presidente Donald Trump designou como uma organização terrorista estrangeira perto do início do seu segundo mandato. A quadrilha já foi alvo de ataques anteriores de barcos americanos.

“A embarcação era conhecida pela nossa inteligência por estar envolvida no contrabando ilícito de narcóticos, transitava ao longo de uma rota conhecida de narcotráfico e transportava narcóticos”, disse o secretário de defesa em seu post no X.

As tensões entre os dois países intensificaram-se nas últimas semanas, depois de Trump ter autorizado a CIA (agência de informações norte-americana) a conduzir operações secretas dentro da Venezuela.

O Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou Washington de planear uma ofensiva militar contra o país.