Falando em Londres ao lado de alguns dos líderes da chamada “Coligação dos Dispostos”, Zelensky alertou ainda que a Rússia continua a tentar usar o inverno como uma ferramenta para pressionar a Ucrânia.

“Há vários desafios nestes dias, com a Rússia a levar a cabo uma campanha de terrorismo contra as nossas infraestruturas energéticas. Eles pretendem tornar o frio do inverno numa ferramenta de tormento e pressão sobre a Ucrânia e o seu povo”, declarou.

“Estão a fazer tudo para o alcançar. É por isso que a nossa defesa significa tudo. É o que verdadeiramente impede a Rússia de matar, de destruir”, acrescentou o presidente ucraniano.


Volodymyr Zelensky adiantou ainda que, “hoje, todos os parceiros confirmaram que, no próximo ano, vão continuar a apoiar a Ucrânia” e que o novo primeiro-ministro do Japão se juntou à “Coligação dos Dispostos”.

O líder ucraniano afirmou ainda que o seu país terá de encontrar uma forma de produzir sistemas de defesa aérea a nível interno.

Desde o início da guerra da Rússia na Ucrânia, Kiev aumentou a produção de armamento, com quase 60 por cento das armas produzidas internamente neste momento. Ainda assim, continua a depender de fornecimentos ocidentais para sistemas de defesa aérea e mísseis.

Coligação quer usar ativos russos congelados
Ao lado de Zelensky, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse por sua vez que houve consenso durante a reunião da “Coligação dos Dispostos” sobre o uso de ativos russos congelados para apoiar a Ucrânia, com os aliados a defenderem que tal deve acontecer rapidamente.

“Ontem, a UE deu um importante passo em frente [ao aplicar sanções à Rússia] e, na reunião desta tarde, ficou absolutamente claro que precisamos de ver esse progresso concretizado num curto espaço de tempo”, disse Starmer aos jornalistas, ao lado dos líderes europeus e do presidente da Ucrânia.

Starmer referia-se ao 19.º pacote de sanções da União Europeia, que proíbe as importações de gás natural liquefeito russo e visa entidades que vão desde refinarias chinesas e bancos da Ásia Central a uma prisão médica russa.

Na reunião desta sexta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que Paris vai entregar “nos próximos dias” mísseis antiaéreos Aster “adicionais” à Ucrânia, assim como aviões de combate Mirage.

“É muito importante manter o nosso esforço de apoio à Ucrânia e a pressão sobre a Rússia”, sublinhou Macron durante o encontro da chamada “Coligação dos Dispostos” que reúne mais de 20 países, maioritariamente europeus, entre os quais Portugal.

c/ agências