O projecto “Casa de Anotações” nasceu num edifício antigo que era o espaço de um atelier de arquitectura, no Porto. Este trabalho juntou Filipe Magalhães, Ana Luísa Soares, Ahmed Samovich, Joana Sendas, João Carlos Lopes e Martina Porcino, arquitectos do FalaAtelier.

O equilíbrio entre “o existente e o novo” foi mote para a reabilitação. Segundo os responsáveis do atelier, o projecto conta com “linhas de metal” que se introduzem na casa existente de forma “autónoma e afirmativa”. As fotografias de Francisco Ascensão demonstram isso mesmo.

Metal, cor e reflexos marcam o projecto. Nos espaços da casa onde “os cantos se desajustam”, surgem espelhos que dissolvem os limites do espaço. Os arquitectos adicionaram pilares metálicos sustentados por uma viga, que pintaram de vermelho e azul “intensos” – esses elementos são “estruturalmente racionais, mas aparentemente incómodos.” Ainda na cor, cada compartimento é composto por tinta branca, verde-clara e verde-escura.

No interior preservaram a estrutura que lá estava, mantendo portas e portadas e valorizando as escadas pré-existentes. Na retaguarda da casa nasce um jardim de Inverno, que responde ao “isolamento passivo”. A reabilitação durou dois anos, sendo que o projecto terminou em 2024.

Neste projecto, as “imperfeições convertem-se em oportunidades de celebração”, concluem os arquitectos. O resultado foi uma casa que é uma “leitura renovada” do edifício existente.