Após o acordo de cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro patrocinado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, os grupos palestinianos que participaram nas negociações concordaram com a criação de um “Comité palestiniano temporário composto por residentes independentes “tecnocratas” encarregado de administrar os assuntos da vida e os serviços essenciais”.
Além disso, os movimentos palestinianos concordaram com uma estratégia nacional que visa “revitalizar a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) como única representante legítima do povo palestiniano”, da qual o Hamas não faz parte.
O Egito – mediador de longa data no conflito israelo-palestiniano- acolheu na quinta-feira reuniões entre as delegações do Hamas e do seu rival político, a Fatah, para discutir as medidas a serem tomadas após a guerra em Gaza, no âmbito de uma iniciativa que pretende promover um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
À margem dessas discussões, o chefe da Inteligência Egípcia, Hassan Rashad, reuniu-se também com altos responsáveis de outras fações palestinianas, entre elas, a Jihad Islâmica, a Frente Democrática (FDLP) e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP). As duas últimas formações marxistas são membros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
O movimento islamita palestiniano já deixou claro que não deseja governar a Faixa de Gaza, devastada por dois anos de guerra. Ao contrário do presidente americano Donald Trump que sugeriu um “Conselho de Paz” que ele poderia presidir para conduzir o pós-guerra no enclave palestiniano.
Washington nomeia diplomata para vigiar trégua em Gaza
Os Estados Unidos nomearam esta sexta-feira um diplomata veterano para liderar um organismo de monitorização do cessar-fogo em Gaza. O Governo americano afastou o regresso da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) por considerar que é uma “subsidiária do Hamas”.
Steve Fagin, embaixador dos EUA no Iémen desde 2022, foi nomeado pelo Departamento de Estado para ser juntar ao general Patrick Frank, um oficial militar nomeado anteriormente para trabalhar na implementação do cessar-fogo em vigor em Gaza desde 10 de outubro entre Israel e o Hamas.
O Centro de Coordenação Civil-Militar (CCMC), órgão de monitorização do cessar-fogo, foi estabelecido esta semana em Kiryat Gat, no sudoeste de Israel, com a missão de observar o cessar-fogo e detetar eventuais violações. O CCMC vai supervisionar também a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Rubio “otimista” quanto à manutenção do cessar-fogo
O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, afirmou esta sexta-feira que “muitos países” se “ofereceram” para participar da Força Internacional de Estabilização (ISF) que, segundo o plano de Donald Trump, deve ser destacada no território palestiniano para supervisionar a segurança, à medida que o Exército israelita se retirar. “Terão de ser pessoas ou países com os quais Israel se sinta confortável”, alertou Marco Rubio.
O secretário de Estado precisou que Israel terá direito de veto sobre a composição da força e poderá, nomeadamente, opor-se à participação da Turquia, um país que acolheu líderes do Hamas.
c/agências