Carlos Garcia indica “O Século das Luzes”, de Alejo Carpentier.Reprodução / Agencia RBS
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O século das luzes foi o período histórico nos anos 1700 em que os pensadores colocaram a razão no centro do entendimento do mundo. A efervescência de ideias como defesa da liberdade, Estado laico e fim do absolutismo culminou na Revolução Francesa. Alejo Carpentier, no seu O Século das Luzes, tira o foco da Europa para abordar, de forma romanceada, como o 14 de julho de 1789 reverberou nas colônias do Caribe.
A história se dá em várias etapas e sob diferentes óticas. Começa em Cuba, com a visita do político e militar francês Victor Hugues à casa de uma família aristocrática, onde três jovens viviam a reclusão do luto pela morte do patriarca. Hugues sacode a realidade dos adolescentes, que são arrebatados pelas ideias iluministas.
Victor Hugues existiu de verdade e governou as colônias francesas de Guadalupe e Guiana. Na narrativa, os jovens órfãos testemunharam a forma despótica como o francês governava. Era evidente a contradição entre a prática do uso da guilhotina e o discurso em defesa da liberdade e contra o absolutismo.
No livro, os dramas e inquietudes pessoais acabam arrastados pelo turbilhão de eventos históricos. Além de nos transportar para a atmosfera caribenha do período, Carpentier estimula, sobretudo, uma reflexão sobre nossas próprias convicções.
Capa de “O Século das Luzes”, de Alejo Carpentier.Reprodução / Divulgação
“O Século das Luzes”, de Alejo Carpentier
- Companhia das Letras, 384 páginas, R$ 99,90 (livro físico) ou R$ 44,90 (e-book)
- Tradução de Sérgio Molina