Seleção é da National Geographic. Há muitos motivos para cruzar o mundo no próximo ano
O verão acabou. As folhas estão a ficar castanhas. É hora de se aconchegar na manta e começar a planear as suas próximas férias.
Tem a ajuda da National Geographic, que acaba de divulgar a sua lista “2026 Best of the World”, ou seja, dos melhores destinos do mundo para o próximo ano. São 25 destinos imperdíveis, escolhidos pela equipa de editores e exploradores desta revista. A CNN conversou com Nathan Lump, editor-chefe da publicação, que conta já com 137 anos, para descobrir o que entrou na lista – e porquê.
Cidades
“Pittsburgh é uma das minhas cidades preferidas nos Estados Unidos”, conta Lump. “É fácil fazer lá um fim de semana prolongado”. Esta cidade pós-industrial da Pensilvânia tem uma população jovem e criativa, bem como uma cena artística em movimento, graças ao facto de ser uma cidade universitária. Lá, Lump recomenda os “fantásticos” museus e os “bairros divertidos” onde é possível encontrar muitas – e peculiares – lojas independentes.
Medellín, na Colômbia, e Rio de Janeiro, no Brasil, são as escolhas da publicação na América do Sul. Medellín é um grande exemplo de uma “história de recuperação”, diz Lump, destacando a arte e a cultura prósperas, os belos jardins. “É um destino mesmo vibrante”, resume. Já o Rio tem novas inaugurações de museus no horizonte, assim como um novo trilho para caminhar até à estátua do Cristo Redentor.
O Campeonato Mundial de Guitarra Imaginária é uma das inovações culturais de Oulu (snik2016/iStock Editorial/Getty Images)
Na Europa, as cidades recomendadas são Oulu na Finlândia, Guimarães em Portugal e Hull em Inglaterra. Oulu foi escolhida como Capital Europeia da Cultura em 2026. Já Guimarães vai ostentar o título de Capital Verde Europeia no próximo ano.
“A parte divertida de listas como esta passa por dar motivos às pessoas” para reconsideraram destinos que tendem a ser subestimados nos seus próprios países, argumenta Lump. Hull, por exemplo, é muito difamada a nível nacional. Um amigo inglês de Lump descreveu-a recentemente como “sombria”. O editor prefere destacar que é “muito importante do ponto de vista marítimo” e o seu “ótimo aquário”.
Na lista de 2026 estão também Rabat em Marrocos, Pequim na China e Manila nas Filipas.
O caminho menos percorrido
Quem aprecia dias de sol conhece bem as atrações das costas do Mar Egeu e do Mediterrâneo na Turquia. Contudo, a costa do Mar Negro, no nordeste do país, oferece um clima mais ameno, paisagens espetaculares, tesouros arquitetónicos e viagens cheias de aventura longe de multidões.
Khiva é bem menos conhecida do que Samarcanda e Bucara, outras cidades que integram a Rota da Seda no Uzbequistão. Todavia, um novo serviço de comboio de alta velocidade a partir de Tashkent promete transformar esta realidade, A National Geographic recomenda, por isso, que visite esta cidade-museu a céu aberto enquanto é possível.
A maioria dos visitantes da Coreia do Sul dirige-se para os centros urbanos. Ainda assim há trilhos que estão a ganhar popularidade. Grandes secções do Dongseo, um trilho de 847 quilómetros inspirado no Caminho de Santiago, em Espanha, deverão ser inauguradas em 2026. “Planearam tudo com muito cuidado”, explica Lump. “Cada secção é, basicamente, um dia de caminhada”.
A província de Yamagata, a cerca de 320 quilómetros a norte de Tóquio, é encarada como um refúgio perante as multidões de turistas que lotam os destinos mais populares do Japão. “É uma região muito bonita do país», descreve Lump, com “comida, onsens [águas termais] e templos muito interessantes”.
Na lista de 2026 está também a Costa de Oaxaca, no México.
Vida selvagem e maravilhas
Dominica é conhecida pelos seus cachalotes (Reinhard Dirscherl/ullstein bild/Getty Images)
Os fãs de predadores com grandes dentes têm motivos para comemorar. Dominica está prestes a criar a primeira reserva de cachalotes do mundo, com cerca de 200 destes majestosos animais a nadar nas águas das Caraíbas durante todo o ano.
O Parque Nacional de Akagera, no Ruanda, foi selecionado pela National Geographic como um dos locais para ver os “cinco grandes” atrativos dos safáris: leões, leopardos, rinocerontes, elefantes e búfalos. Com uma vantagem: muito menos humanos a atrapalhar a vista.
A Biblioteca Presidencial Theodore Roosevelt, projetada pelo aclamado escritório de arquitetura norueguês Snøhetta, vai ser inaugurada em Badlands, na Dakota do Norte, em julho de 2026, dando às pessoas mais um motivo para visitar esta “assombrosa e austera” paisagem, aponta Lump.
O País Basco, em Espanha, também entra na lista, sendo um dos poucos locais em terra firme onde os entusiastas do fenómeno poderão ver o eclipse solar total previsto para 12 de agosto.
A partir de abril, os visitantes vão poder passar a noite no Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, na Austrália, observando as estrelas à luz da fogueira, junto ao maior monólito do mundo.
Para os que preferem as estrelas do mundo do desporto, há Vancouver, no Canadá, e as Dolomitas, em Itália: estes locais foram selecionados para a lista da National Geographic por serem, respetivamente, os anfitriões do Mundial de Futebol da FIFA e dos Jogos Olímpicos de Inverno.
A lista de 2026 conta também com Quebeque, no Canadá.
Recuperação
Maui está a “recuperar” depois dos incêndios florestais que devastaram esta ilha havaiana em 2023. “Pode ser um ótimo momento para pensar em voltar lá”, sugere Lump. Contudo, não se trata apenas de uma questão de altruísmo. É também uma maravilhosa oportunidade para ver as praias, que antes estavam lotadas, num ambiente mais intimista. Além disso, os hotéis da ilha têm introduzido uma série de novas e emocionantes experiências para atrair visitantes.
As mais de 300 paradisíacas ilhas Fiji, no Pacífico Sul, estão a dar “grandes passos no turismo sustentável”, afirma a National Geographic. São muitas as oportunidades de levar a cabo ações de voluntariado enquanto visita este território. Assim, os cocktails ao fim do dia, à beira-mar, prometem tornar-se ainda mais deliciosos.
Por fim, Oklahoma está a renovar-se para o centésimo aniversário da Route 66, com o estado norte-americano a investir mais de 82 milhões de dólares nos 640 quilómetros desta icónica estrada que lhe pertencem. Segundo a National Geographic, “parece que, a cada curva, há espetáculos de letreiros em néon, motéis que ganharam uma nova vida, bem como outras atrações”.
Para mais detalhes, pode visitar a lista “Best of the World” da National Geographic.