As discussões estão em curso. O partido do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, está em negociações para se juntar à família política dos Patriotas pela Europa, que junta vários partidos de direita radical, como o Chega, o Vox, a União Nacional ou o Fidesz. O Smer-SD, um partido que se identifica como sendo de esquerda e que pertenceu aos socialistas europeus até ser expulso do grupo, pode agora integrar um dos grupos políticos mais à direita no Parlamento Europeu.
Esta sexta-feira, a informação foi confirmada à Euronews pelo conselheiro de Viktor Orbán, Balázs Orbán. “Há negociações a decorrer” entre o primeiro-ministro húngaro e eslovaco, que estão alinhados nas críticas ao funcionamento da União Europeia (UE) e contrariam a posição dos 27 Estados-membros relativamente à guerra na Ucrânia. “A porta está aberta do nosso lado. É algo que Robert Fico e que o seu partido terão de decidir. Ele vem de um mundo de esquerda, mas a abordagem à soberania é muito forte. Vamos ver o que vão decidir”, considera o aliado do líder húngaro.
Além de Fidesz — o partido de Viktor Orbán —, a Euronews apurou que outras delegações do Patriotas pela Europa estão abertas em receber o Smer-SD na sua família política — como o Chega ou o Vox. Um eurodeputado comentou à Euronews que “dão sempre as boas-vindas a convertidos”, destacando que o Smer-SD adotou “posições idênticas” à família política de direita radical.
O Smer-SD foi expulso recentemente dos socialistas europeus por defender valores “profundamente contraditórios com os valores e princípios sobre os quais a família política se sustenta”. Robert Fico não poupou críticas à decisão a acusou o Partido Socialista Europeu de ter abandonado os “valores tradicionais da esquerda”: “Devia chamar-se Partido dos Homossexuais e Incitadores à Guerra”.
Neste momento, os Patriotas da Europa têm 86 eurodeputados no Parlamento Europeu. Caso o Smer-SD se junte, serão 91. Mais além disso, será mais um primeiro-ministro de uma família política de direita radical no Conselho Europeu, além de Viktor Orbán e o chefe do executivo da Chéquia, Andrej Babiš, quando este tomar posse. Poderão ser, assim, três primeiros-ministros deste espaço ideólogico no Conselho Europeu, esperando influenciar as decisões daquele órgão.
O primeiro-ministro da Eslováquia não confirmou ainda que se juntará aos Patriotas pela Europa. Robert Fico apenas disse que “pensará com cuidado” sobre o futuro do Smer-SD no Parlamento Europeu e adiantou que recebeu propostas de várias fações no hemiciclo. Uma das alternativas em cima da mesa será formar um grupo de esquerda nacionalista populista, onde também estaria presente a Aliança Sahra Wagenknecht, da Alemanha.
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