Durante um festival, Juliana Paes encerrou sua participação com um depoimento honesto sobre saúde mental, amadurecimento e autocuidado. Em conversa mediada por Maria Rita Alonso, diretora de redação da revista Marie Claire, a atriz falou abertamente sobre o período em que precisou interromper o ritmo intenso de trabalho para lidar com crises de ansiedade e sintomas de estresse pós-traumático.
“Nunca deixei de ser uma pessoa animada, continuava com vontade de estar nos lugares, continuava sorrindo. Só que às vezes eu deitava na cama e meu coração acelerava de um jeito que eu não conseguia conter. Ou uma falta de ar que eu não sabia de onde estava vindo. Ou a sensação de que ‘a vida está muito comprida’”, revelou. “Quando tive esse pensamento pela primeira vez, fiquei assustada, porque meu lema sempre foi o contrário: de que a vida é curta.”
Crises de ansiedade e autocuidado
Juliana explicou que as crises começaram a se intensificar em 2019, quando recebeu o diagnóstico de estresse pós-traumático. Além da pressão profissional, ela enfrentava lutos familiares e o impacto de comentários agressivos nas redes sociais. “A coisa nas redes ficou de um jeito muito cruel. Sempre fui uma pessoa muito bem recebida. Comecei a ler umas coisas que foram me machucando muito, mas fui me acostumando e esperando de onde sairia alguém que me machucaria. Quando vi, eu estava vivendo esse momento”, contou.
Segundo a atriz, o processo de entender a ansiedade foi gradual. “É importante dizer para as pessoas que a ansiedade não aparece do dia para a noite. É um processo que demora muito. É uma gotinha que todo dia vai caindo num copo. Foram alguns momentos em que isso foi acontecendo”, explicou. Juliana também admitiu que demorou para aceitar o uso de medicamentos por medo do estigma, mas reconheceu que o tratamento foi essencial para o reequilíbrio emocional.
A relação de Juliana Paes com exercícios e bem-estar
Juliana também revelou que hoje sua relação com a academia é mais leve e focada na saúde. “Antes eu ia à academia deliberadamente pra ficar gostosa. Hoje, minha motivação é a endorfina, pra cuca ficar legal. A mesma intensidade que rio e me divirto, também me estresso e fico nervosa. Por isso, preciso da atividade física pra dar uma zerada na mente. E meditação, também.”
A fala encerrou o evento em tom inspirador, com Juliana reforçando a importância de desacelerar, acolher as próprias vulnerabilidades e celebrar o amadurecimento. “Eu precisei parar, me olhar e entender que estava tudo bem em não estar bem. Foi assim que comecei a cuidar de mim de verdade.”
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Izabella Nicolau é repórter de conteúdo do site CARAS. Formada em jornalismo, já passou por sites como Observatório do Cinema e Ultraverso. Escreve sobre cultura, entretenimento e celebridades.