O governo lituano aponta culpas à Bielorrússia, país aliado de Vladimir Putin, por ter permitido que os balões passassem a fronteira. A Lituânia fechou os postos fronteiriços que fazem ligação ao país liderado por Alexander Lukashenko. 

“A Lituânia fecha indefinidamente a sua fronteira com a Bielorrússia”, informou a rádio e televisão pública lituana LRT, citando como fonte o Centro Nacional de Gestão de Crises.

É a quarta vez em menos de um mês que o maior aeroporto do país é encerrado.
A Lituânia, país membro da NATO, fechou o Aeroporto de Vilnius quatro vezes na semana passada após balões invadirem o seu espaço aéreo. Em todas estas ocasiões encerrou, em resposta, temporariamente a fronteira com a Bielorrúsia.

E a decisão de fechar a fronteira com a Bielorrússia foi tomada pouco depois de o aeroporto de Vilnius ter anunciado perto das 20h00 que suspendia todas as operações de voo devido a balões meteorológicos, supostamente utilizados para o contrabando de cigarros, que voavam em direção ao espaço aéreo lituano a partir da Bielorrússia.

A primeira-ministra Inga Ruginiene disse já esta segunda-feira que a Lituânia vai começar a destruir balões de contrabando que cruzemm a fronteira com a Bielorrússia.


“Hoje decidimos tomar medidas mais rigorosas, não há outra maneira”, disse Ruginiene numa conferência de imprensa, acrescentando que o Governo também pode discutir a possibilidade de invocar a NATO.

De acordo com as autoridades lituanas, os balões são enviados por contrabandistas que transportam cigarros contrabandeados, mas também aponta culpas ao presidente da Bielorrússia, aliado próximo do presidente russo, por não impedir a prática.

Ruginiene denominou estes incidentes de “ataques híbridos” e disse que as passagens na fronteira com a Bielorrússia serão fechadas, exceto para viagens de diplomatas e cidadãos da União Europeia que deixam o país vizinho.


“Todos os outros movimentos serão interrompidos. Isto envia um sinal claro à Bielorrússia de que nenhum ataque híbrido será tolerado aqui, e tomaremos as medidas mais rigorosas possíveis para impedir tais ações”.

Num comunicado de imprensa publicado no domingo, o Ministério do Interior da Lituânia, responsável pelo Serviço de Guarda de Fronteiras, afirmou que “o número de balões de contrabando detetados em 2025 (557) é mais do dobro do que em 2024 (226)”.

O mesmo Ministério indicou que “entre janeiro e setembro de 2025, quatro quintos (80,1 por cento) dos cigarros importados da Bielorrússia para a Lituânia foram transportados por via aérea, utilizando balões ou outros veículos aéreos não tripulados”. No total, este ano foram apreendidos mais de 1,1 milhões de maços de cigarros transportados por via aérea, dos quais cerca de 800 mil foram transportados utilizando balões.

De acordo com os meios de comunicação lituanos, os envios de cigarros contrabandeados suspensos em balões costumam incluir um cartão SIM para que os destinatários possam localizá-los. O que também permitiu à polícia lituana encontrar o local onde as cargas contrabandeadas aterram e deter as pessoas que as recolhem.


C/agências