Este Astérix na Lusitânia vai ser também um pouco um embaixador de Portugal em França, e na realidade junto de todos no mundo que leem as aventuras do gaulês?
Não tenho a menor dúvida – e um bom Embaixador.
O que sentiu de mais português no livro?
Todo o álbum é delicioso, até nos seus intencionais e divertidos anacronismos. Retenho como mais “português”, talvez a subtil combinação de melancólica tristeza e de esperança que nos caracteriza e que tanto impressiona o bem-intencionado e inocente Obélix.
O lançamento na embaixada em Paris foi por sentir que este livro de BD contribui para o softpower português?
Esse contributo é evidente, mas deve-se, no essencial, à vontade dos editores. Foi uma oportunidade que aproveitámos, sem custos.
Há curiosidade na comunidade portuguesa e luso-descendente por este Astérix na Lusitânia?
Imensa; há semanas que o novo álbum se esperava, com impaciência. Todos nos interrogávamos sobre o retrato da Lusitânia que Fabcaro e Conrad iriam traçar. O resultado é excelente.
Do que conhece da História de França, nota pontos de contacto entre os gauleses e os lusitanos, sobretudo na resistência aos romanos?
Sim. Os autores evocam Viriato, procurando um nome, um símbolo lusitano para a resistência ao Império Romano, às invasões hostis. De novo, Viriato não foi contemporâneo, por assim dizer, de Astérix, mas trata-se de um anacronismo, para este efeito, feliz.
Como leitor de Astérix, o que mais o cativa na célebre aldeia gaulesa?
Pergunta difícil… o humor, evidentemente, a magia de uma ficção que incorpora menires, poções mágicas, legionários amedrontados e amigos inseparáveis. É isso – a saga de Astérix é um hino à amizade.