O jornalista também viu o seu visto revogado e foi proibido de concluir o ciclo de palestras. Hamdi discursou, no sábado, na gala anual do CAIR (Conselho para as Relações Americano-Islâmicas) em Sacramento e esperava-se que discursasse no domingo, na gala da Flórida.

A entidade defendeu que a detenção é “uma afronta flagrante à liberdade de expressão”, uma vez que as suas motivações estão associadas a críticas à campanha militar de Israel em Gaza, acrescentado que “os advogados e parceiros estão a trabalhar para resolver esta injustiça”.

Ainda segundo o Conselho para as Relações Americano-Islâmicas, citado pelo jornal britânico “The Guardian”, o ICE deve “prestar contas e libertar imediatamente Hamdi”, uma vez que o seu único “crime” é criticar um governo estrangeiro que a CAIR acusa de ter “cometido genocídio”.

A secretária de imprensa do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Tricia McLaughlin, esclareceu, nas redes sociais, que Hamdi “está sob custódia do ICE e aguarda a deportação. Aqueles que apoiam o terrorismo e prejudicam a segurança nacional americana não terão permissão para trabalhar ou visitar este país”.

Laura Loome, aliada da administração Trump, que se autodenomina “defensora dos brancos” e “islamofóbica com orgulho”, partilhou a publicação e assumiu o crédito pela prisão do jornalista. “Como resultado direto da minha pressão implacável sobre o Departamento de Estado e o Departamento de Segurança Interna, as autoridades americanas decidiram tomar medidas contra o estatuto do visto de Hamdi e a sua permanência neste país”, declarou.

Hamdi é apenas um dos vários imigrantes que foram presos e deportados pelo ICE por causa de opiniões pró-palestinianas.