A presidente do grupo Santander, Ana Botín, afirmou esta segunda-feira à Lusa que Francisco Pinto Balsemão, que morreu na terça-feira, era um visionário que ajudou a construir a democracia e combinou duas vocações, a política e o jornalismo.

Francisco Pinto Balsemão “foi um visionário que ajudou a construir a democracia portuguesa”, afirmou a gestora, na sequência do contacto da Lusa sobre a morte do fundador do Expresso e da SIC e do PSD, do qual foi militante número um.

“Combinou duas vocações de longa data — a política e o jornalismo — ambas orientadas pela independência, pela integridade e pelo seu profundo amor por Portugal”, prosseguiu Ana Botín.

A líder do Santander recordou ainda o seu papel como membro do Conselho Consultivo Internacional. “Foi durante muitos anos um membro atento e empenhado do Conselho Consultivo Internacional, sempre atencioso, curioso e a fazer as perguntas certas”, disse. “Lembro-me bem dele nas nossas reuniões — ouvia e fazia com que todos se sentissem ouvidos”, sublinhou Ana Botín. “Vamos sentir a sua falta, os nossos pensamentos estão com a sua família e que descanse em paz”, acrescentou.

A missa de sétimo dia em memória de Francisco Pinto Balsemão irá realizar-se esta segunda-feira, às 20h00, na Basílica da Estrela, em Lisboa.

Balsemão foi uma personalidade incontornável da história dos media em Portugal, um jornalista que nunca deixou de ser político, tendo como fio condutor a luta pela liberdade de expressão e pelo direito a informar. Fundador do semanário Expresso, ainda durante a ditadura (1973), e da SIC, a primeira televisão privada em Portugal, morreu na terça-feira (21 de outubro) aos 88 anos, de causas naturais.

Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata PSD. Chefiou dois governos depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi, até agora, membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.

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