Não, ainda não está tudo dito. O diesel ainda tem cartas a jogar. Nem baterias de estado sólido, nem híbridos plug-in conseguem aquilo que realmente importa: oferecer ao condutor a verdadeira eficiência. E esta veio do gasóleo e da perícia de um campeão europeu de rallies. 2.800 km sem recarga? Quem consegue bater este número?

Imagem Skoda Superb a diesel

O diesel permitiu uma façanha de eficiência

Uma berlina que consome o criticado gasóleo e um piloto campeão europeu de rallies demonstraram o que é a verdadeira eficiência. Ao volante de um Škoda Superb a diesel, Miko Marczyk conseguiu percorrer 2.831 km com um único depósito.

O modelo tinha um tanque de 66 litros, motor 2.0 TDI de 150 CV, tração dianteira e caixa automática DSG. Apenas os pneus e a suspensão eram ligeiramente diferentes, sendo 15 mm mais baixos devido ao acabamento Sportline.

Imagem Miko Marczyk, que conduziu neste recorde o Škoda Superb

Miko Marczyk é um piloto polaco de rally nascido a 24 de outubro de 1995, em Łódź. Reconhecido pela sua consistência e precisão, construiu a sua carreira com base na gestão inteligente de riscos, em vez de pura velocidade. Fora das competições, Marczyk demonstrou uma habilidade notável em eficiência de combustível. Conduziu um Škoda Superb 2.0 TDI de forma a percorrer 2.831 km com um único depósito de gasóleo, estabelecendo um recorde mundial de distância percorrida sem reabastecimento

Preparação e técnica

Com amigos, começámos a testar quão económicos podiam ser os carros e a competir amistosamente.

Explica Marczyk.

Na altura conduzia um Škoda Octavia 2.0 TDI, mas esperou pela nova geração do Superb devido ao depósito maior. Para atingir consumos tão baixos, Marczyk concentrou-se na forma de conduzir, antecipando cada situação na estrada.

Sim, leu bem, 2.831 km, certificado pelo Guinness World Records como a “Maior distância percorrida com um único tanque de combustível por um carro de produção padrão”.

Consumos incríveis

O Škoda Superb 2.0 TDI de 150 CV homologa oficialmente 4,8 l/100 km. Durante o desafio, Marczyk alcançou uma média de 2,61 l/100 km, mais de 2 litros a menos por cada 100 km, algo extraordinariamente difícil de conseguir.

Cinco máximas para condução eficiente

  1. Pressão dos pneus: Mantê-la conforme recomendado pelo fabricante garante contacto ideal da banda de rodagem, evitando consumo excessivo. Para o teste, usaram pneus de baixa resistência ao rolamento, ligeiramente desgastados.
  2. Condução suave: olhar para a estrada à frente, levantar o pé do acelerador a tempo e travar o mínimo possível, acelerando gradualmente.
  3. Planeamento da rota: um carro de apoio guiava-o alguns quilómetros à frente, detalhando inclinações e obstáculos, permitindo uma condução previsível e económica.
  4. Descanso e concentração: dormir sete a oito horas por noite é essencial para manter concentração e tomar decisões precisas ao volante.
  5. Aerodinâmica e vento: manter distância do veículo à frente melhora a aerodinâmica; vento a favor reduz ainda mais o consumo.

Reflexão final: então o diesel está acabado?

Marczyk considera o resultado excelente, mas acredita que é possível fazer melhor.

A Alemanha foi um pouco desafiante. À noite, as temperaturas rondavam 1 °C, o que não é ideal para o consumo de combustível. Também havia longos trechos de subida com mais de cinco quilómetros, o que aumentava ainda mais o consumo de combustível.

No regresso pela França, tive um trecho de 200 quilómetros com vento a favor, onde o consumo foi de apenas cerca de 2,2 litros a cada 100 quilómetros”.

Este feito do Škoda Superb diesel mostra que a eficiência real não depende de baterias ou enchimentos frequentes. Enquanto muitos proclamam que o futuro é só elétrico, há provas na estrada de que a combinação certa de motor, técnica e atenção aos detalhes ainda pode superar qualquer moda tecnológica.

Quem disse que só os elétricos podem ser “verdes” ou eficientes, claramente precisa rever a realidade.