4.916. Foi este o tempo que os adeptos dos grandes tiveram de esperar para voltar a ver uma partida de FC Porto, Sporting e Benfica no Campeonato Nacional em sinal aberto. Na altura, em maio de 2012, o Sporting venceu o Sp. Braga (3-2), e a TVI transmitiu pela última vez a Primeira Liga no seu canal principal. O regresso aconteceu na presente temporada, com o mesmo canal a comprar os direitos de transmissão dos jogos em casa do Moreirense, embora a primeira transmissão tenha acontecido no cabo, através do canal V+. Desta forma, os dragões foram o primeiro grande a visitar Moreira de Cónegos, pelo que tiveram “direito” à transmissão em sinal aberto, naquele que será, muito provavelmente, o jogo dos cónegos com mais telespectadores até ao momento.

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Apesar do bom início de temporada, os dragões somaram a primeira derrota nos últimos dias, na deslocação a casa do Nottingham Forest, a contar para a Liga Europa (2-0). Ainda assim, o FC Porto sabia que, qualquer que fosse o resultado desta segunda-feira, ia continuar na liderança do Campeonato, fosse empatado com o Sporting ou de forma isolada, por conta do registo de sete vitórias e um empate, com apenas um golo sofrido, alcançado nas primeira oito jornadas. Manter a consistência interna era o principal objetivo de Francesco Farioli para a difícil deslocação ao Minho.

“Ganharam os quatro jogos em casa. É uma equipa muito organizada, com jogadores de qualidade. É um jogo que vai pedir muito do nosso lado. Temos de estar preparados para competir e recomeçar o nosso caminho na Primeira Liga. No futebol ganhamos, empatamos e perdemos. Estamos a tentar fazer de tudo para ganhar e eles estão connosco. Vi muitos comentários depois do jogo [em Nottingham] e muitos não foram sobre a realidade da partida. Jogámos com muita coragem. Falta de criatividade? Depende da equipa contra quem jogamos. Tenho em mente que, no jogo com o Benfica, tivemos três oportunidades importantes. Às vezes somos mais sortudos. Não estamos aqui para fazer análises emocionais. Temos de ser críticos e severos. É um calendário com muitos jogos. Depois das vitórias, tentamos esquecer e continuar. Depois de uma boa performance temos de continuar”, assumiu o italiano em conferência de imprensa.

Ficha de jogo

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Moreirense-FC Porto, 1-2

9.ª jornada da Primeira Liga 2025/26

Parque Desportivo Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos

Árbitro: João Gonçalves (AF Porto)

Moreirense: André Ferreira; Dinis Pinto, Marcelo, Maracás, Francisco Domingues (Álvaro Martínez, 73’); Mateja Stjepanovic, Benny; Diogo Travassos, Alanzinho (Rodrigo Alonso, 82’), Cédric Teguia (Gilberto Batista, 82’); Yan Lincon (Guilherme Schettine, 64’)

Suplentes não utilizados: Caio Secco; Joel Jorquera, Afonso Assis, Jimi Gower e Landerson

Treinador: Vasco Botelho da Costa

FC Porto: Diogo Costa; Alberto Costa, Jan Bednarek, Jakub Kiwior, Francisco Moura (Dominik Prpic, 73’); Alan Varela, Victor Froholdt, Gabri Veiga (Rodrigo Mora, 58’); Pepê (Deniz Gül, 73’), Borja Sainz (William Gomes, 46’) e Samu Aghehowa (Yann Karamoh, 83’)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos; Stephen Eustáquio, Pablo Rosario e Martim Fernandes

Treinador: Francesco Farioli

Golos: Alanzinho (18’), Samu (g.p., 45+4’) e Gül (88’)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Alanzinho (43’), Maracás (45’), Sainz (45+6’) e André Ferreira (69’)

A viver uma boa fase, o Moreirense chegou a esta partida na sexta posição e a lutar pelos lugares europeus, depois de ter vencido cinco dos oito jogos do Campeonato, quatro deles em casa, registo que fazia de si a única equipa com 100% de vitórias no seu reduto. “Se eu disser que o FC Porto também vai querer responder, diria que este jogo iria ficar empatado e eu até aceitaria esse resultado. São condições diferentes, é claro, mas tenho a dizer que é fácil ser treinador do Moreirense esta semana, porque se o chip não está ligado para um jogo com esta visibilidade, dificilmente estará ligado para os outros. Queremos criar uma identidade aqui e é para o que nos estamos a encaminhar. É factual dizer que se trabalha bem no futebol português como um todo. O FC Porto não é só o clube, portanto pode haver a tendência de olhar para os números, com um golo sofrido e o melhor ataque, mas é mais a qualidade de jogo da equipa e a velocidade que o grupo impõe. Têm a capacidade de ser uma equipa versátil, que sabe sair longo, assim como curto. São muito competentes”, analisou Vasco Botelho da Costa.

Com os dados lançados, Francesco Farioli fez apenas uma alteração em relação à última partida e voltou a contar com Gabri Veiga no meio-campo, na posição que tinha sido ocupada por Pablo Rosario. No Moreirense, Vasco Botelho da Costa fez duas alterações em relação à última jornada, com Francisco Domingues e Mateja Stjepanovic a entrarem para os lugares de Álvaro Martínez e Afonso Assis. Como expectável, os dragões entraram a dominar, mas encontraram pela frente uns cónegos coesos, a defenderem em 4x4x2, com Alanzinho a juntar-se a Yan Lincon na primeira linha de pressão e saírem curto, como foi sendo audível nas indicações dadas pelo treinador. Com o FC Porto a conseguir circular, mas de forma lenta, o Moreirense acabou por criar a primeira oportunidade do jogo e chegou ao golo, com Francisco Domingues a cruzar para corte de Alberto Costa, seguindo-se um remate de Cédric Teguia contra Jan Bednarek e, em nova recarga, o remate de primeira de Alanzinho para o fundo das redes, com a bola a desviar no polaco (18′).

O futebol portista continuou bastante previsível e sem criar perigo, com a sua primeira oportunidade a sair dos pés de Pepê, que picou a bola para a área para o remate certeiro de Veiga, à meia-volta, mas o espanhol estava em posição de fora de jogo (36′). Pouco depois, Alberto Costa tirou um cruzamento perfeito da direita, Bednarek ganhou nas alturas e cruzou de forma subtil para o poste mais distante, mas André Ferreira esticou-se todo e travou o remate junto à relva (43′). Na sequência do canto, Maranhão agarrou Victor Froholdt pela camisola e, alguns minutos depois e com recurso às imagens, o árbitro João Gonçalves assinalou o castigo máximo. Na cobrança, Samu Aghehowa bateu forte e rasteiro para a esquerda, com André a adivinhar o lado, mas a não conseguir evitar o empate (45+4′). Desta forma, os jogadores recolheram aos balneários com o empate a perdurar no marcador (1-1).

Ao intervalo, Francesco Farioli lançou William Gomes no lugar do amarelado Borja Sainz e arrancou melhor, com Gabri Veiga a cobrar um livre lateral diretamente para a baliza, valendo o corte de Yan Lincon a evitar o golo (50′). Pouco depois, o médio espanhol isolou Samu com um grande passe, o avançado dominou e atirou de pé esquerdo, mas André Ferreira fez mais uma grande defesa, com a perna direita (56′). Já com Rodrigo Mora no lugar de Veiga e Guilherme Schettine no de Maranhão, o jogo entrou numa toada quezilenta, com muitos protestos de parte a parte e pouco futebol. O Moreirense voltou a criar perigo num rasgo individual, com Benny a recuperar a bola a meio-campo e atirar de pronto para a baliza, Diogo Costa ficou pregado ao relvado, mas o chapéu saiu por cima (66′). Na resposta, William recebeu na direita, fletiu para dentro e, de pé esquerdo, rematou ao lado (70′).

Para os últimos 20 minutos, Vasco Botelho da Costa teve de tirar o lesionado Kiko Domingues e colocou Álvaro Martínez, com Farioli a mudar a ala esquerda com as saídas de Francisco Moura e Pepê para as entradas de Dominik Prpic e Deniz Gül. Logo a seguir, Schettine passou de cabeça para Diogo Travassos, que aproximou-se da baliza e, de fora da área, atirou cruzado para grande defesa de Diogo Costa (76′). O Moreirense acabou por fechar ainda mais o seu bloco com as entradas de Gilberto Batista e Rodrigo Alonso, ao passo que os dragões estrearam Yann Karamoh e continuaram à procura do golo da vitória, que acabou por aparecer em mais um lance de bola parada, com Mora a cobrar um canto na esquerda e, depois do desvio de Jakub Kiwior, Gül desviou levemente, de cabeça, para o 1-2 (88′). Apesar do longo período de descontos, o FC Porto segurou a vantagem até ao apito final (1-2).

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