Nanismo em equinos: revisão dos fatores predisponentes genéticos e manifestações clínicas

Silvia Carvalho Luz ; Victor Tavares Rocha ; Murilo Miotto Cintra ; Miguel Vieira Manso Neto ; Natália Cristina de Souza ; Letícia Hirata Mendes

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Como Citar:
LUZ, Silvia Carvalho; ROCHA, Victor Tavares; CINTRA, Murilo Miotto; MANSO NETO, Miguel Vieira; SOUZA, Natália Cristina de; MENDES, Letícia Hirata. Nanismo em equinos: revisão dos fatores predisponentes genéticos e manifestações clínicas. Revista Sociedade Científica, vol. 8, n. 1, p. 2064-2080, 2025.
https://doi.org/10.61411/rsc2025112018
DOI: 10.61411/rsc2025112018
Área do conhecimento: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Condrodisplasia; Equinos; Gene ACAN; Mini-Horse; Nanismo
Publicado: 28 de outubro de 2025

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Resumo

O nanismo em equinos é uma displasia esquelética hereditária que representa um desafio clínico e de manejo, especialmente em raças como a Mini-Horse, onde a intensa seleção para baixa estatura pode aumentar a frequência de alelos deletérios. A condição engloba alterações fenotípicas severas que comprometem o bem-estar, a funcionalidade e a longevidade dos animais, com impacto econômico na equinocultura. O objetivo desta revisão de literatura foi consolidar e discutir o conhecimento científico sobre os fatores predisponentes, com ênfase nas bases genéticas, e os aspectos clínicos do nanismo equino. A metodologia consistiu em uma revisão narrativa com busca em bases de dados como PubMed, SciELO e Google Scholar, com publicações entre 1990 e 2024. A literatura demonstra uma base genética heterogênea para o nanismo, com mutações em três genes principais sendo as mais caracterizadas: ACAN, B4GALT7 e SHOX. As mutações no gene ACAN são as principais causas de condrodisplasia em Mini-Horses, com múltiplas variantes (D1, D2, D3*, D4) de herança autossômica recessiva, o que complica seu controle devido a portadores fenotipicamente normais. As manifestações clínicas são severas e incluem anomalias craniofaciais marcantes, como prognatismo mandibular, e deformidades esqueléticas como micromelia e desvios angulares, que predispõem à dor crônica e osteoartrite precoce, além de complicações sistêmicas como dificuldades respiratórias. O diagnóstico preciso exige uma abordagem integrada que combine avaliação clínica, exames de imagem como radiografias e, de forma definitiva, testes genéticos moleculares para identificar as variantes causais. Conclui-se que, na ausência de tratamentos curativos, a prevenção pelo controle genético é a estratégia mais eficaz. A identificação de animais portadores e a implementação de programas de acasalamento direcionados, com a orientação do médico veterinário e a conscientização de criadores, são fundamentais para reduzir a incidência da condição e proteger a saúde genética dos rebanhos.

Artigo
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Sumário
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