Poucos artistas na história da música conseguiram o que Cher conquistou. Com uma carreira que atravessa mais de seis décadas, ela se tornou um ícone da cultura pop, símbolo de reinvenção e longevidade. Nascida Cherilyn Sarkisian, em 20 de maio de 1946, na Califórnia, Cher construiu uma trajetória que mistura música, cinema, moda e atitude — sempre à frente de seu tempo.

Com uma presença magnética e uma voz inconfundível, Cher não apenas sobreviveu às mudanças da indústria musical: ela ditou tendências, reinventou seu som e se manteve relevante em cada nova geração.

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Dos anos 60: a ascensão com “I Got You Babe”

A história musical de Cher começou ao lado do então marido Sonny Bono, formando a dupla Sonny & Cher. Em 1965, o casal lançou o single “I Got You Babe”, que chegou ao topo das paradas nos Estados Unidos e no Reino Unido, tornando-se um dos maiores hinos românticos da década.

O estilo folk-pop da dupla, aliado à estética hippie e ao carisma de Cher, marcou os anos 1960. Nessa época, ela também iniciou uma carreira solo promissora, com músicas como “Bang Bang (My Baby Shot Me Down)”, que mais tarde seria regravada por artistas como Nancy Sinatra e usada em trilhas sonoras icônicas, como a do filme Kill Bill.



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Anos 70: o brilho da televisão e o poder da personalidade

Nos anos 1970, Cher se consolidou como uma estrela da TV e da moda, com o sucesso do programa “The Sonny & Cher Comedy Hour”, que combinava humor, música e figurinos extravagantes — muitos assinados pelo lendário estilista Bob Mackie.

Após o divórcio de Sonny, ela embarcou em uma nova fase solo, marcada por uma sonoridade mais pop e disco. Foi quando lançou “Gypsys, Tramps & Thieves” (1971), “Half-Breed” (1973) e “Dark Lady” (1974) — três sucessos consecutivos que chegaram ao número 1 da Billboard Hot 100.

Com esses hits, Cher se firmou como uma artista independente, rompendo o estigma de “metade de uma dupla” e provando seu talento próprio.

Anos 80: o retorno triunfante e o domínio do rock

Nos anos 1980, Cher reinventou-se mais uma vez, agora no rock. Com sua voz poderosa e presença teatral, ela conquistou uma nova geração de fãs. Músicas como “If I Could Turn Back Time” (1989) dominaram as rádios e a MTV, consolidando seu status de estrela global.

Paralelamente, Cher brilhou no cinema, ganhando o Oscar de Melhor Atriz em 1988 por Feitiço da Lua (Moonstruck), além de atuar em filmes como Marcas do Destino e As Bruxas de Eastwick. Naquele momento, ela já era uma das raras artistas a conquistar sucesso em múltiplas áreas — música, TV e cinema.

Anos 90: o fenômeno “Believe” e a revolução do pop

Quando muitos artistas de sua geração já haviam desaparecido das paradas, Cher fez o impensável: reinventou-se mais uma vez. Em 1998, lançou “Believe”, um hit que não apenas marcou a década, mas também mudou o curso da música pop.

A canção foi pioneira no uso criativo do Auto-Tune, técnica de modulação vocal que se tornaria uma das marcas do pop moderno. “Believe” liderou as paradas em mais de 20 países e deu a Cher um novo recorde: ela se tornou a única artista a alcançar o primeiro lugar nas paradas da Billboard em quatro décadas consecutivas: 60, 70, 80 e 90.

Uma carreira que continua a inspirar

Com mais de 100 milhões de discos vendidos, prêmios Grammy, Emmy, Oscar e Globo de Ouro, Cher é uma das poucas artistas a conquistar o chamado EGOT parcial — reconhecimento em múltiplas plataformas de entretenimento.

Mesmo após os 70 anos, ela segue ativa: lançou o álbum “Dancing Queen” (2018), inspirado nas músicas do ABBA, participou de turnês internacionais e se tornou um ícone LGBTQIA+, símbolo de autenticidade e liberdade.

Cher é, acima de tudo, uma força cultural que atravessou modas, estilos e gerações — e continua lembrando ao mundo que a reinvenção é uma forma de arte.