A Amazon anunciou nesta terça-feira que vai reduzir a sua força de trabalho corporativa em cerca de 14.000 pessoas, numa grande reestruturação impulsionada em parte pela adopção de Inteligência Artificial, que resultará em mais cortes no próximo ano.
O objectivo passa por “reduzir ainda mais a burocracia, eliminar camadas e transferir recursos para garantir que estamos a investir nas nossas maiores apostas”, de acordo com uma nota enviada pela empresa aos funcionários no início do dia e publicada no seu site.
A Reuters noticiou na segunda-feira que a Amazon estaria a planear cortar até 30.000 postos de trabalho corporativos a partir de terça-feira, à medida que a empresa tenta compensar o excesso de contratações durante o pico da procura da pandemia.
No final do ano passado, a Amazon contava com cerca de 1,56 milhões de funcionários a tempo inteiro e a tempo parcial. A sua força de trabalho corporativa inclui cerca de 350.000 funcionários.
Nos últimos dois anos, a empresa tem vindo a realizar cortes pontuais nos postos de trabalho em várias áreas, incluindo livros, dispositivos e no seu negócio de podcasts Wondery.
A decisão já terá alegadamente permitido às equipas trabalhar mais rapidamente e a empresa continuará a gerir as contratações “reduzindo em algumas áreas e contratando noutras” até 2026, afirmou Beth Galetti, vice-presidente sénior de Experiência Pessoal e Tecnologia, na nota.
A empresa afirma também que dará aos trabalhadores mais afectados 90 dias para procurar uma nova função internamente e afirmou que as suas equipas de recrutamento darão prioridade a esses candidatos.
Esforços na Inteligência Artificial
A nota reiterou a pressão do presidente-executivo (CEO), Andy Jassy, para reduzir as estruturas de gestão e apoiar-se mais na IA. Em Junho, Jassy afirmou que a crescente adopção de ferramentas de IA generativa reduziria a força de trabalho total da gigante do comércio electrónico nos próximos anos.
A Amazon deverá gastar cerca de 118 mil milhões de dólares (cerca de cem mil milhões de euros) em investimentos neste ano, com grande parte desse valor destinado à construção de infra-estrutura de IA e nuvem (cloud).
As empresas têm vindo a usar progressivamente esta tecnologia para escrever código para o seu software e a adoptar agentes de IA para automatizar tarefas rotineiras, à medida que procuram economizar custos e reduzir a dependência de pessoas.
“Esta geração de IA é a tecnologia mais transformadora que vimos desde a Internet e está a permitir que as empresas inovem muito mais rapidamente do que nunca”, disse Galetti.