O Sporting, com um “onze” revolucionário, goleou esta terça-feira o Alverca, por 5-1, em Alvalade, em partida dos quartos-de-final da Taça da Liga, e garantiu a primeira vaga na final four de Leiria, aguardando o desfecho do FC Porto-Vitória SC, de 4 de Dezembro.

Geovany Quenda (21 e 58′) e Salvador Blopa (30 e 70′) resolveram um jogo em que Ioannidis fechou (81′) para os “leões” e Sandro Lima (85′) amenizou do lado de um Alverca que praticamente não teve voz activa, sendo dominado de princípio a fim por um “leão” que disfarçou bem o facto de ter entrado em gestão.

Num estranho ensaio geral para o jogo da próxima sexta-feira, para o campeonato, Sporting e Alverca apresentaram-se em Alvalade com equipas alternativas, o que deixava alguma margem à especulação.

Os sportinguistas, por uma questão óbvia de pura gestão, surgiram com um “onze” totalmente novo comparativamente com o que iniciou o jogo de Tondela; O Alverca, com oito baixas, forçou Custódio Castro a fazer sete alterações em relação ao “onze” da goleada caseira sofrida ante o Gil Vicente.

Apesar da revolução, Rui Borges chamou a jogo os cinco suplentes utilizados do último jogo da Liga, reservando apenas uma verdadeira surpresa, confiando a ala direita ao jovem Salvador Blopa, de 18 anos, da equipa B, que, sendo lateral, assumiu o lugar natural de Geovany Quenda. Uma aposta feliz, sobretudo para o longilíneo “extremo”, que impressiona pela compleição e pela maturidade.

A entrada de Salvador Blopa obrigou Quenda a embrenhar-se em terrenos mais interiores, cumprindo um papel normalmente desempenhado por Francisco Trincão, prevendo a estratégia do Alverca e a linha de cinco defesas que o Sporting atacou com a subida de Ricardo Mangas.

O lateral foi, de resto, o primeiro a ameaçar o guarda-redes dos ribatejanos, isolado por Morita, dando início ao assalto. Perante um adversário entrincheirado, o 3x2x4x1 do Sporting garantia condições de segurança mais do que suficientes, para além de uma maior variabilidade de jogo, patrocinada pelos equilíbrios promovidos por Morita e Kochorashvili.

Estavam, de forma clara, reunidas as condições para um “monólogo” a que Geovany Quenda deu forte entoação, marcando o primeiro da noite aos 21 minutos, concluindo um lance iniciado em Matheus Reis, com assistência de cabeça de Vagiannidis.

Outro grego, Ioannidis, teria um papel fundamental no segundo golo, que ofereceu a Salvador Blopa. Sem tremer, o jovem tirou o defesa do caminho e rematou para as redes, dando especial brilho à estreia pela primeira equipa dos “leões”.

O Sporting chegava ao intervalo com uma vantagem confortável e com um aproveitamento de 50 por cento na finalização, deixando o Alverca numa posição de grande vulnerabilidade, obrigado a ir a jogo e a expor-se para evitar a eliminação.

Exactamente o tipo de atitude que, em tese, favorecia a equipa da casa, que depois de ter aberto caminho para a final four, já nem precisava de manter Ricardo Mangas tão adiantado, aguardando apenas o momento certo para poder sentenciar o jogo.

E foi precisamente isso que aconteceu, depois de uma fase sem grandes incidências, com Quenda a bisar aos 58 minutos e a superar os três golos obtidos na época anterior. Blopa não ficou atrás e bisou aos 70, numa noite inesquecível, assistido por Flávio Gonçalves, outro estreante. Ioannidis marcou o ponto (81′) e o Sporting não deixava margem para dúvidas, com o Alverca a vacilar e a sofrer nova goleada, que Sandro Lima (85′) atenuou um pouco.