Uma série de ataques dos Estados Unidos contra embarcações suspeitas de tráfico de droga no Pacífico Oriental matou 14 alegados traficantes de droga e deixou um sobrevivente, disse esta terça-feira o secretário da Defesa, Pete Hegseth. É a mais recente operação da campanha de combate à droga do Presidente Donald Trump.
Os ataques no Pacífico têm como pano de fundo a acção militar antidroga dos EUA nas Caraíbas, que inclui mísseis teleguiados, aviões de combate F-35, um submarino nuclear e milhares de tropas. A Administração Trump enviou o porta-aviões Gerald R. Ford para a América Latina, onde é esperado nas próximas semanas.
Numa publicação nas redes sociais, Hegseth afirmou que as autoridades mexicanas assumiram a operação de busca e salvamento do único sobrevivente dos quatro ataques norte-americanos documentados que tiveram lugar nesta segunda-feira.
“Os barcos eram conhecidos dos nossos serviços secretos, estavam a transitar por rotas conhecidas de tráfico de droga e a transportar narcóticos”, disse o Secretário da Defesa, sem apresentar provas.
EUA não revelam detalhes
Hegseth publicou um vídeo de cerca de 30 segundos, que mostra dois navios estacionários, lado a lado, antes de explodirem. Outra parte do vídeo mostra outras duas embarcações em movimento antes de explodir.
As autoridades mexicanas não responderam de imediato a um pedido para comentário.
Yesterday, at the direction of President Trump, the Department of War carried out three lethal kinetic strikes on four vessels operated by Designated Terrorist Organizations (DTO) trafficking narcotics in the Eastern Pacific.
The four vessels were known by our intelligence… pic.twitter.com/UhoFlZ3jPG
— Secretary of War Pete Hegseth (@SecWar) October 28, 2025
Os ataques seguiram-se a pelo menos uma dezena de outros nas Caraíbas e Pacífico desde o início de Setembro, numa campanha que provocou o aumento da tensão entre os EUA e a Venezuela e Colômbia. Trump também autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela.
O Pentágono forneceu poucas informações sobre qualquer um dos ataques, incluindo a quantidade de droga que os barcos alegadamente transportavam e as identidades das pessoas mortas.
Estes ataques alarmaram alguns congressistas democratas, que se interrogam sobre a conformidade destas acções com as leis da guerra.
Os juristas questionam a razão pela qual o Exército dos EUA está a realizar estes ataques, em vez da Guarda Costeira, que é a principal agência de aplicação da lei marítima dos EUA, e porque é que outras acções não foram tomadas para evitar a saída dos alegados traficantes antes de se recorrer a ataques que resultam em vítimas mortais.
A Reuters noticiou anteriormente que dois alegados traficantes de droga sobreviveram a um ataque militar dos EUA nas Caraíbas no início deste mês. Foram resgatados e levados para um navio da Marinha dos EUA antes de serem repatriados para a Colômbia e para o Equador.
O Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, tem alegado repetidamente que o objectivo dos EUA é afastá-lo do poder.
Em Agosto, Washington duplicou a recompensa por informações que conduzam à detenção de Maduro para 50 milhões de dólares, acusando-o de ligações ao tráfico de droga e a grupos criminosos, que Maduro nega.
Reportagem de Idrees Ali, Phil Stewart e Brendan O’Boyle, Reuters