Para quem trabalha as áreas da Inovação, o Nobel da Economia atribuído pela academia sueca é um prémio “muito estimulante”. Embora houvesse outros académicos e outros trabalhos que pudessem ter sido escolhidos, é importante colocar o tema na agenda.
Matilde Fieschi
Porque:
- “Chama a atenção para as ideias científicas, num mundo em que temos a maior potência científica mundial com um presidente que ataca a ciência”
- “Põe as pessoas a falar da inovação e do papel dos Estados nas políticas de inovação”
- “É um alerta para os governos que acham baixando impostos e simplificando licenciamentos acham que as economias crescem. Não é assim que as economias crescem. As economias crescem inovando, e a inovação não cai do céu aos trambolhões”
Matilde Fieschi
De passagem pela Liga dos Inovadores, Isabel Rocha, vice-reitora na Universidade Nova de Lisboa, e Ricardo Paes Mamede, professor associado no ISCTE, analisam a proposta de Orçamento do Estado para 2026, a proposta de fusão da Agência Nacional de Inovação (ANI) e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), a próxima WebSummit e as lições a tirar do prémio Nobel da Economia.
Na Europa não faltam ideias nem tecnologia, falta é motivação. E, por motivação, é olhar para os EUA e a China: “No caso dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial que a ‘motivação’ passa por uma questão de segurança e de poder. E quanto à China, “primeiro quis deixar de ser pobre, depois quis deixar de ser dependente, depois quis passar a ser rica e agora quer ser poderosa”, dizem. Ouça o podcast.
Outros tópicos que pode ouvir ao longo da conversa
Prémio Nobel da economia é um alerta para o Governo: “Não é baixando impostos e simplificando licenciamentos que as economias crescem”
“A forma como a fusão entre a FCT e a ANI foi feita não é boa política pública”
“O contributo mais importante do sistema científico para o desenvolvimento da economia é o desenvolvimento de competências. As pessoas acham que é startups, unicórnios, fornecimento de serviços, mas não é”
“Nós precisamos de resolver o problema das dificuldades de ligação entre universidades e empresas. Não é apenas do lado da ciência, mas também do lado das empresas”
“A determinada altura a inteligência artificial teve ‘invernos’ e esses ‘invernos’’ foram mais intensos nos Estados Unidos”
WebSummits são importantes mas “não há nenhum país do mundo que se tenha desenvolvido apenas com base em startups”
O podcast que nos conta o que de inovador e diferenciador está a ser feito pelas empresas em Portugal. Na “Liga dos Inovadores”, Elisabete Miranda e Pedro Lima conversam com gestores, diretores e profissionais que nos contam histórias que conquistaram o mercado e vão contribuindo para a transformação económica do país e da sua imagem. Falam-nos das vitórias que os trouxeram até aqui, mas também das ansiedades, dos concorrentes que invejam, dos gestores que admiram, dos profissionais que têm e dos perfis que precisam de contratar. Todas as semanas, às quartas-feiras.