Acompanhe o nosso artigo em direto da guerra na Ucrânia

A presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO concordam no diagnóstico: a Rússia está a experimentar novas formas desestabilizar os seus adversários geopolíticos, nomeadamente a Europa. Ursula von der Leyen condenou esta terça-feira a “provocação” na intromissão de balões meteorológicos no espaço aéreo da Lituânia com origem na Bielorrússia, país aliado do Kremlin. Já Mark Rutte alertou para “investigações biológicas secretas” que a Rússia tem em curso ou para os “rápidos avanços da China em biotecnologia para aplicações militares”.

O líder da NATO falou esta terça-feira na primeira conferência da aliança dedicada à biotecnologia, onde participaram 300 membros de países da Aliança, entre eles, representantes da indústria em questão, de governos, da academia e setores ligados à inovação tecnológica. Se Rutte assinalou o “passo significativo” que este encontro simbolizou, por outro lado, aproveitou para alertar para o investimento que outras potências mundiais estão a fazer nesta área.

“A China tem trabalhado para dominar o setor, concentrando a produção dentro do país e impondo restrições à exportação para obter vantagem geopolítica”, disse, alertando para os 2,5 mil milhões de euros investidos pelo Estado chinês neste setor em 2023.

“Entretanto, outro país que acompanhamos de perto, a Rússia, tem aproveitado a sua experiência para realizar investigações biológicas secretas. A Rússia procura explorar ferramentas maliciosas, como o seu programa de armas biológicas, que pode usar contra os seus adversários”, acrescentou Rutte, sem detalhar o que se sabe sobre estas investigações.

“Não podemos permitir que eles — a China, a Rússia e outros — obtenham vantagem”, disse ainda, lembrando que estes países trabalham em conjunto com Coreia do Norte e Irão, dando o exemplo da guerra na Ucrânia.

Já depois da conferência, Rutte abordou a intromissão de balões meteorológicos com origem na Bielorrússia, durante três noites consecutivas. “A NATO mantém o seu firme apoio à Lituânia, incluindo o patrulhamento aéreo atualmente fornecido pela Espanha e pela Hungria”, escreveu nas redes sociais.

Ursula von der Leyen seria ainda mais assertiva a abordar o episódio dos balões que obrigaram à suspensão da atividade no aeroporto de Vilnius, levando o governo lituano a fechar a sua fronteira com a Bielorússia e a dar instruções para o abate de quaisquer outros balões identificados. A líder da Comissão Europeia considerou a ação uma “ameaça híbrida” e uma “provocação“.

“Não podemos tolerar isto e é mais um argumento a favor da iniciativa de vigilância da fronteira oriental ou da iniciativa dos drones”, disse Von der Leyen após uma reunião com os líderes dos governos da Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia e Islândia.

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