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Entre pessoas com mais de 50 anos, os homens parecem necessitar de mais do dobro do exercício do que as mulheres, para obter a mesma redução no risco de doenças cardíacas.
Um estudo publicado esta segunda-feira na Nature revelou que os homens com mais de 50 anos necessitam de quase 9 horas semanais de atividade moderada a vigorosa – como caminhada rápida ou ciclismo – para obter uma redução de 30% no risco de doença cardíaca coronária, em comparação com cerca de 4 horas para as mulheres.
A equipa recuperou dados do UK Biobank, e comparando-os com os registos de saúde dos participantes ao longo de um período de cerca de oito anos.
Como detalha a New Scientist, primeiro, a equipa analisou informações de 80.243 adultos, com uma idade média de 61 anos, que não tinham histórico pessoal de doença cardíaca coronária. Entre as mulheres, aquelas que faziam pelo menos 150 minutos de exercício moderado a vigoroso por semana registaram uma redução de 22% no risco de desenvolver doença cardíaca coronária. Para os homens, essa quantidade de exercício esteve associada apenas a uma redução de 17%.
Alcançar uma redução de 30% no risco exigiu significativamente mais exercício – com uma diferença notável entre os sexos: 250 minutos para as mulheres e 530 para os homens.
De seguida, a equipa analisou 5169 participantes que já tinham sido diagnosticados com doença cardíaca coronária. Tinham uma idade média de 67 anos, e dois terços eram homens.
Com 150 minutos semanais de exercício moderado a vigoroso, as mulheres tinham 70% menos probabilidade de morrer nos cerca de oito anos seguintes (por qualquer causa) do que as mulheres que faziam menos exercício.
Em contraste, os homens que faziam 150 minutos de exercício moderado a vigoroso por semana tinham apenas cerca de 20% menos probabilidade de morrer do que os seus homólogos menos activos.
Hormonas e diferenças biológicas
Os cientistas sugerem que a discrepância pode ser explicada por hormonas, uma vez que níveis mais elevados de estrogénio podem aumentar a queima de gordura durante o exercício.
Também pode estar relacionada com diferenças biológicas que podem significar que as mulheres utilizam mais força respiratória, metabólica e muscular para realizar as mesmas tarefas físicas que os homens.