“Os Estados Unidos possuem mais armas nucleares do que qualquer outro país”, declarou o presidente norte-americano nas redes sociais, frisando que isso foi conseguido, assim como uma “completa modernização e renovação do arsenal existente”, ainda durante o primeiro mandato.

Depois de ordenar ao Pentágono que se iniciem os testes, Trump justificou a decisão: “Devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento de Guerra a iniciar os testes das nossas armas nucleares em igualdade de condições. Esse processo começará imediatamente”.

“Devido ao tremendo poder destrutivo, detestei ter de o fazer, mas não tive escolha”, acrescentou.

O objetivo é igualar a capacidade nuclear norte-americana à russa e à chinesa. Segundo Trump, a “Rússia está em segundo lugar e a China num distante terceiro, mas estarão empatadas dentro de cinco anos”. 

 Antes de aterrar na Coreia do Sul, para se encontrar com o presidente chinês, Trump reforçou a decisão.

“Parece que estão todos a fazer ensaios nucleares”, afirmou a bordo do Air Force One. “Nós não fazemos testes, já interrompemos isso há anos. Mas com outros países a testarem, talvez nós também o façamos”.O que antecede a decisão?

O anúncio surgiu depois de Vladimir Putin ter ordenado um teste com um drone submarino com capacidade nuclear. No domingo, o presidente russo congratulou-se com o sucesso do teste final do míssil de cruzeiro de propulsão nuclear Bourevestnik, com “alcance ilimitado” e capaz de neutralizar, segundo Putin, praticamente todos os sistemas de interceção. 

“Isso é inadequado”, reagiu Trump, na altura, apelando a Putin para que, em vez disso, “ponha fim à guerra na Ucrânia”. O líder russo não reagiu à crítica.

“Ontem [terça-feira], realizámos mais um teste com outro sistema promissor: um drone submarino Posêidon”, declarou Vladimir Putin, durante uma visita a um hospital militar, transmitida na quarta-feira pela televisão pública russa.

Segundo Moscovo, o drone Posêidon é movido a energia nuclear e também pode transportar cargas atómicas.

“Nenhum outro aparelho no mundo se compara a este em termos de velocidade e profundidade” em que opera, garantiu o líder do Kremlin, afirmando que “não há forma de o intercetar”.

A decisão foi anunciada nas redes sociais menos de uma hora antes de o presidente norte-americano se reunir com o homólogo chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul.

Os EUA não realizam um teste completo com armas nucleares desde 1992. E não há nenhum país que, desde 1998, tenha confirmado ter realizado um teste além da Coreia do Norte – o último confirmado foi em 2017.

Contudo, há países com armas nucleares que tem realizado simulações nucleares através de computadores, ou experiências ligadas à física nuclear, como testes de mísseis específicos.