Os drones são parte da artilharia moderna, com as guerras em curso a corroborar a sua importância. Segundo um comandante dos Estados Unidos da América (EUA), no entanto, o excesso de tecnologia não é necessariamente positivo.

Drone MQ-1 Predator

O século XXI comprovou a eficácia dos drones na gestão da guerra moderna. Além dos conflitos no Afeganistão e Iraque, onde os drones foram utilizados para inteligência, vigilância e reconhecimento (em inglês, ISR), apoio aéreo, ataques cinéticos, e missões de caça e destruição, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia tem demonstrado a relevância destes veículos aéreos.

Neste cenário, o coronel Dave Lamborn, comandante da 2.ª Brigada Móvel, 25.ª Divisão de Infantaria no Havai, disse que há um limite máximo para o “número de dispositivos a serem utilizados em formações táticas”, no evento anual da Associação do Exército dos EUA, em Washington, esta semana.

Drone MQ-9A Reaper

Excesso de drones sobrecarrega tropas

O Exército dos EUA há muito tempo que utiliza drones, desde o MQ-1 Predator ou MQ-9 Reaper até ao RQ-11 Ravens. Recentemente, começou a integrá-los ao nível da companhia e do batalhão.

Apesar de serem úteis, o excesso de drones parece estar a resultar num problema para as operações terrestres, ameaçando comprometer a capacidade de um soldado os usar de forma eficaz.

Conforme citado pelo Business Insider, o comandante Dave Lamborn alertou que equipar um esquadrão com drones não é necessariamente mau, mas o excesso de veículos pode atrapalhar as suas operações.

Afinal, com mais drones no ar, caem mais responsabilidades sobre os líderes do esquadrão e as tropas, que estão já sobrecarregados com equipamentos.

Drone de guerra a ser segurado por um soldado

Segundo explicado, dependendo da missão, as tropas podem estar carregadas com uma espingarda, 210 cartuchos de munição, um capacete e colete à prova de balas, comida, água e outros bens. O combatente terrestre médio carrega entre 34 e 68 kg de equipamento.

Apesar de os soldados treinarem com o seu equipamento, sendo mais do que capazes de lidar com ele, adicionar carga, como uma unidade de controlo terrestre de um drone, pode prejudicá-los.

Assim sendo, além da quantidade de drones, que exige que um líder de esquadrão assuma mais responsabilidades, a falta de soldados treinados é um problema que torna as operações com drones problemáticas para algumas unidades.

Soldados ucranianos param os seus drones ao tentar parar os russos

Neste sentido do excesso, em agosto, informámos sobre uma reportagem que dava conta de que, às vezes, os soldados ucranianos bloqueiam acidentalmente os seus próprios drones ao tentar parar os dos russos.

Na altura, contámos que o enorme volume de drones utilizados na invasão da Ucrânia pela Rússia resultou numa batalha eletrónica, com interferências ruidosas e cortes de ligações, que confundem os dispositivos inimigos e frustram os operadores que tentam utilizá-los para ataque e vigilância.

 

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