Depois de, na tarde de quarta-feira, terem sido identificados, os sete indivíduos, cinco homens e duas mulheres, com idades entre 30 e 68 anos, voltaram, esta quinta-feira de manhã, ao tribunal, onde a maioria se remeteu ao silêncio.

Segundo apurou o JN, o grupo está indiciado pelos crimes de associação criminosa, furtos qualificados consumados e tentados, em ourivesarias em Almodôvar, Beja, Braga, Chamusca, Charneca da Caparica, Entroncamento, Évora, Mira e Portimão. Um deles é também suspeito do crime de recetação. O valor dos furtos ascende a dezenas de milhares de euros, existindo casos em que os artigos furtados das ourivesarias superam aos 40 mil euros.

Entre o grupo, há ligações familiares entre quatro dos arguidos. São pai e filho e mãe e filha, sendo que o rapaz e a rapariga são os namorados postos em preventiva – ele ficou no Estabelecimento Prisional (EP) de Beja e ela no de Odemira. Os arguidos sujeitos a prisão domiciliária vão ficar no EP de Beja a aguardar que estejam reunidas as condições para mudarem julgamento na habitação.

Um dos indivíduos está ligado ao setor da ourivesaria, sendo apontado como o responsável pela recetação do ouro furtado, escoando alguns dos artigos que lhe eram entregues e derretendo outros dos objetos. Este suspeito só foi detido depois dos operacionais do grupo terem sido apanhados pelos agentes do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PSP de Lisboa.

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Recorde-se que os primeiros três suspeitos foram detidos, por volta das 3.30 horas de terça-feira, na Ponte 25 de Abril, após um furto a uma ourivesaria na Charneca da Caparica, concelho de Almada. Os restantes foram detidos pelas 7.30 horas, através do cumprimento de mandados de detenção em Corroios (Seixal), Mem Martins (Sintra) e outro na Portela de Sacavém (Loures).

A investigação da PSP acredita que haverá mais três indivíduos ligados a este grupo e aos vários assaltos, estando dois deles já identificados, podendo vir a ser detidos posteriormente, fora de flagrante delito e serem também presentes ao juiz de instrução criminal.

A ação dos agentes da Divisão de Investigação Criminal foi o culminar de seis meses de investigação intensiva, que permitiu desmantelar, segundo acreditam, uma célula criminosa organizada e interromper a prática continuada de crimes contra o património.