Adriano Ceia, morador na zona há mais de 20 anos, revelou que bastou pouco menos de uma hora para que a zona alagasse. “Na semana passada foi feita uma tentativa de escoamento, mas agora não foi possível porque foi tudo muito rápido”, acrescentou.
Alguns estabelecimentos comerciais não conseguiram abrir portas durante toda a manhã. A situação começou a melhorar quando funcionários municipais conseguiram levantar as tampas das sarjetas para que o escoamento fosse feito, o que aconteceu a partir das 8 horas.
Por estar numa zona mais baixa e onde se acumulam as águas que escoam de outras artérias, a Rua de São Luís é um dos pontos mais críticos da cidade de Faro. Apesar de terem sido feitas obras, há uns anos, para tentar amenizar os impactos, moradores e comerciantes reclamam por uma solução definitiva.
O recém-eleito presidente da Câmara Municipal de Faro, António Pina, deslocou-se ao local durante a manhã e reconheceu que esta é uma das zonas mais problemáticas da cidade. “Este é o principal ponto. Não temos indicação de haver outras zonas da cidade com prejuízos como aqui”, lamentou, acrescentando que quer dar “prioridade” à obra, que prevê estar concluída no prazo de “um ano e meio a dois anos”. “Temos de ter como primeira prioridade fazer esta obra. Não dá para adiar mais 16 anos. Na passagem de pasta, tivemos conhecimento de que há um projeto de execução pronto. Há uma verba para financiar um projeto, entre os quatro e cinco milhões de euros”, explicou.
Segundo a Proteção Civil do Algarve, foram registadas quase 60 ocorrências. Além de Faro, foram afetados outros concelhos, como Olhão, onde o túnel da Avenida da República, que passa debaixo da linha do comboio, ficou alagado, com uma viatura submersa. Em Vila Real de Santo António também houve algumas inundações sobretudo na via pública.
O distrito de Faro esteve, até às 10 horas, sob aviso vermelho, o mais grave na escala de quatro, devido à chuva forte, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).