Em 2023, a activista pelos direitos dos animais, Zoe Rosenberg, resgatou quatro galinhas de um aviário, o Petaluma Poultry, na Califórnia, onde os animais estariam “cobertos com arranhões e nódoas negras, alguns com febre e infecções graves”. Este aviário pertence ao grupo Perdue Farms e é um dos principais fornecedores para grandes cadeias de supermercados nos Estados Unidos da América.

Zoe, de 23 anos, estuda em Berkeley e faz parte do grupo de activistas pelos direitos dos animais Direct Action Everywhere, também conhecido por DxE. O grupo já é conhecido por usar estratégias “extremas”, como estas acções de resgate, tendo inclusive alguns membros já sido ilibados de alguns casos em que, aponta o New York Times, “admitiram levar animais que não lhes pertenciam.”

O julgamento durou sete semanas e o veredicto, anunciado no dia 29 de Outubro, não foi “o que esperavam”, conta a activista nas suas redes sociais. O júri do Tribunal em Sonoma, São Francisco, considerou Zoe Rosenberg culpada de invasão de propriedade e conspiração criminosa, relata a Associated Press (AP).

A leitura da sentença está marcada para 3 de Dezembro e Rosenberg enfrenta “uma pena máxima de quatro anos e meio”, disse a procuradora distrital. A procuradora, Carla Rodriguez, disse num comunicado, citado pelo New York Times, que “o sistema judicial não serve como palco para autopromoção.”

A activista admitiu, de acordo com a AP, ter-se disfarçado de uma operária fabril para entrar. Mais tarde publicou nas redes sociais um vídeo da acção de resgate que levou a cabo. “Não peço desculpa por levar animais doentes e negligenciados que precisam de cuidados médicos”, disse. Acrescentou que “quando vemos crueldade e violência podemos escolher ignorar ou intervir e tornar o mundo um lugar melhor”. “Por isso, nunca me vou arrepender.”

O grupo DxE defende que os animais têm os mesmos direitos que os seres humanos. Garantem que as quatro galinhas, a quem deram os nomes de Poppy, Ivy, Aster e Azalea, estão a ser bem tratadas num santuário para animais. Nas suas redes sociais, a activista urge que todos “mantenham a cabeça erguida e sigam em frente” até ao dia em que “todos os seres vivos esteja, seguros, felizes e livres”.