O número de hóspedes vindos do estrangeiro para Portugal não só voltou a descer em Setembro, como se assistiu a um agravamento dos valores negativos que já se tinham registado em Agosto. O mesmo sucedeu ao nível das dormidas.

De acordo com os dados da actividade turística divulgados esta sexta-feira, os hóspedes não residentes recuaram 0,7% em Setembro face ao mesmo mês de 2024, para 2,13 milhões. Em Agosto, a variação homóloga tinha sido de -0,3%. A descida nas dormidas foi mais expressiva, com -1,2% em Setembro, chegando aos 6,05 milhões, depois dos -0,7% de Agosto.

Ao todo, houve uma subida de 1,1% e de 0,7% no número de hóspedes e de dormidas, graças ao contributo positivo para as contas dado pelos turistas nacionais.

De acordo com o INE (que não contabiliza os dados dos AL com menos de 10 camas), o mercado alemão, segundo principal mercado emissor em Setembro (com 12,5%), “foi o único entre os 10 principais a registar um acréscimo das dormidas neste mês”, com 3,1%.

A menor descida neste universo foi do mercado norte-americano que, na terceira posição, teve com um decréscimo de 0,4% (contra a subida de 8,6% em Agosto), “recuando pela segunda vez desde Março de 2021”, e a primeira sem efeitos sazonais. O INE destaca ainda “os decréscimos dos mercados irlandês (-7,3%) e francês (-7,2%)”.

No caso do mercado britânico, que domina a tabela com 18,9% do total, a descida foi de 6,1% em termos homólogos (depois do recuo de 2% em Agosto), tendo o espanhol encolhido 0,9%.

Maiores quedas no Oeste, Madeira e Algarve

A descida de dormidas turistas estrangeiros não foi uniforme em todo o país no mês de Setembro, mas foi negativa em seis das nove regiões analisadas pelo INE. Assim, houve um recuo na região Centro (-2,2%), Oeste e Vale do Tejo (-3,5%), Grande Lisboa (-0,7%), Algarve (-3,2%), Açores (-1,1%) e Madeira (-3,4%). Se forem incluídos os residentes, continuam com variações negativas as regiões do Centro (-2,4%), Algarve (-2,2%) e os Açores (-1,5%).

Numa análise aos primeiros sete meses do ano, o número de dormidas de estrangeiros mantém-se a crescer, com mais 0,7% para 45,2 milhões, mas foi negativo em sete dos dez maiores mercados: Reino Unido, Espanha, França, Países Baixos, Brasil, Irlanda e Itália. A maior descida foi a do mercado francês, com -6,5%.

O número de hóspedes estrangeiros também subiu entre Janeiro e Setembro, com mais 1,8% para 15,6 milhões de turistas, mas houve cinco descidas: Espanha (-3,6%), França (-5,6%), Países Baixos (-0,8%), Brasil (-4,5%) e Itália (-1,7%).

As receitas mantiveram-se a subir, com os proveitos totais a crescerem 5,6% para 840 milhões em Setembro, abaixo dos 7,6% dos primeiros noves meses do ano, chegando aos 5735 milhões de euros.

No mês em análise, conforme referiu o INE, a Grande Lisboa “foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos”, com 28,6% dos proveitos totais, seguindo-se o Algarve (27,7%) e o Norte (16%).