William e Kate ganharam um processo contra a revista francesa Paris Match. Em causa, a publicação de fotografias de paparazzi, de umas férias privadas dos príncipes de Gales e dos filhos. Foi a revista que deu conta da notícia, na quinta-feira, reconhecendo que violara a privacidade da família do futuro rei britânico.
William, o filho mais velho do rei Carlos e herdeiro do trono, é conhecido por defender ferozmente a privacidade da sua família quando não estão em compromissos oficiais.
É a segunda vez que o casal real processa com sucesso uma revista francesa, depois de a Closer, ter publicado fotografias de Kate em topless em 2012. Então, Kate foi fotografada numas férias privadas no Sul de França, numa propriedade pertença de um primo do príncipe, o lord Linley. Depois de publicadas na francesa Closer, as imagens chegaram à revista italiana Chi, do mesmo grupo, que publicou 18 imagens das férias, onde Kate além de aparecer de biquíni também surgia sem a parte de cima. Kate viria a receber uma indemnização de cem mil euros.
E em Abril deste ano, foi a vez de a Paris Match, propriedade do conglomerado de luxo LVMH, publicar imagens da família numas férias nos Alpes, o processo não se fez esperar. Então, um porta-voz do Palácio de Buckingham justificou a decisão: “O príncipe e a princesa de Gales estão empenhados em proteger a sua vida familiar privada e em garantir que os seus filhos possam crescer sem escrutínio e interferência indevidos.”
O casal pedia uma indemnização ou a publicação na Paris Match da notificação judicial, afirmando que havia infringido a vida privada e os direitos de imagem da família. A nota surgiu na última edição, na quinta-feira, e a revista recusou-se a comentar o caso quando contactada pela Reuters. Os advogados de William e Kate disseram ao tribunal que o casal preferia a publicação da notificação em vez de qualquer compensação.
Defesa da privacidade
William e Kate são conhecidos por quererem dar aos seus três filhos — os príncipes George e Louis, de 12 e 7 anos, e a princesa Charlotte, de 10 — uma educação e uma vida o mais normal possível, longe dos olhares públicos. No início deste mês, numa entrevista exclusiva à Apple TV+, o herdeiro do trono disse: “Enquanto crescia, vi que, com os meus pais, os media eram tão insaciáveis — é difícil pensar nisso agora, mas eram muito mais insaciáveis. Queriam cada detalhe que pudessem absorver. Sabiam das coisas, estavam em todo o lado (…). É algo que jurei que nunca aconteceria à minha família”. E acrescentou: “Portanto, tenho uma linha muito definida sobre onde acho que está esse limite, e lutarei contra aqueles que o ultrapassam.”
O príncipe nunca escondeu a sua antipatia por uma comunicação social intrusiva depois de a sua mãe, a princesa Diana, ter morrido num acidente de carro em Paris, em 1997, quando estava a ser perseguida por paparazzi. Tal como o irmão mais novo, Harry, também William e Kate foram vítimas de escutas telefónicas, de acordo com processos judiciais contra jornais na Grã-Bretanha. O príncipe de Gales chegou a um acordo privado com a News Group Newspapers (NGN), de Rupert Murdoch.
A NGN pagou centenas de milhões de libras às vítimas de escutas telefónicas e de outras recolhas ilegais de informação por parte do extinto jornal News of the World, e resolveu mais de 1300 processos judiciais envolvendo celebridades, políticos, figuras desportivas conhecidas e pessoas comuns que estavam ligadas a eles ou a grandes eventos.
Já Harry, ao contrário de William, decidiu levar o processoà justiça, este chegou ao Tribunal Superior de Londres, e em Janeiro, o NGN, editor do The Sun e do News of the World, admitiu ter cometido acções ilegais e ter-se intrometido não só na vida privada do príncipe, mas também na da sua mãe, a princesa Diana. Na altura, o advogado de Harry, David Sherborne, afirmou que a editora concordou em pagar ao príncipe uma indemnização substancial, classificando a acção “uma vitória monumental”. Uma fonte familiarizada com o acordo disse que se trata de uma soma de oito dígitos.