Uma equipe de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou nesta sexta-feira, 31, uma imagem impressionante que mostra uma nebulosa com a aparência de um morcego em pleno voo. A observação foi realizada a partir do Observatório de Paranal, localizado no Deserto do Atacama, Chile, utilizando o Telescópio de Rastreamento do VLT (VST).
A nebulosa em questão está situada a aproximadamente 10 mil anos-luz da Terra, estendendo-se entre as constelações Circinus e Norma e ocupando uma área equivalente a quatro luas cheias no céu. Com um visual intrigante, essa formação interestelar foi descrita pelo ESO como o “morcego cósmico“. Coincidentemente, a imagem surgiu na data em que ocorre a celebração do Halloween. As informações são da revista Galileu.
Apesar de sua aparência, o “morcego cósmico” não é um objeto temível, mas sim um berçário estelar, onde novas estrelas estão em processo de formação. As estrelas jovens dentro da nebulosa emitem energia suficiente para excitar o hidrogênio circundante, fazendo com que este gás brilhe em tons vibrantes de vermelho. Os filamentos escuros que delineiam a silhueta do morcego são regiões mais frias e densas, repletas de poeira que oculta a luz das estrelas localizadas atrás delas, criando um contraste que acentua sua forma alada.
As principais seções dessa nebulosa integram um catálogo astronômico dedicado a áreas de formação estelar brilhantes. A região conhecida como RCW 94 corresponde à asa direita da figura do morcego, enquanto a RCW 95 representa seu corpo. Outras partes da nuvem ainda carecem de designações oficiais.
O VST, gerido pelo Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (INAF), está equipado com a OmegaCAM, uma câmera de 268 megapixels capaz de capturar vastas áreas do céu com clareza impressionante. Para criar a imagem divulgada, os pesquisadores combinaram dados obtidos em luz visível e infravermelha, permitindo a visualização tanto das regiões iluminadas quanto das mais densas da nebulosa.
Essas observações fazem parte de dois levantamentos públicos realizados pelo ESO: o VPHAS+, que mapeia o plano galáctico sul na luz visível, e o VVV, conduzido com o telescópio VISTA, especializado em imagens infravermelhas.
Giovanna Gomes é jornalista e estudante de História pela USP. Gosta de escrever sobre arte, arqueologia e tudo que diz repeito à cultura e à história do ser humano.