Lavar o arroz antes de cozinhar é um hábito antigo, mas segundo especialistas, pode não ser necessário.
Embora seja uma prática transmitida de geração em geração, lavar o arroz antes de o cozinhar pode não trazer tantos benefícios quanto se pensa e, na verdade, pode até resultar em perdas nutricionais.
Recuperámos uma entrevista do jornal O Globo com a nutricionista Karina Cordeiro, especialista em Nutrição e Saúde Pública na Universidade de São Paulo, para esclarecer se este hábito deve ser mantido ou não. A conclusão da especialista é inequívoca: lavar o arroz pode ser mais prejudicial do que vantajoso.
De acordo com Karina Cordeiro, este costume tinha origem numa necessidade antiga. No passado, os grãos frequentemente vinham com impurezas, como pedrinhas, restos da colheita ou cascas, tornando a lavagem necessária. Contudo, atualmente, os grãos vendidos nos supermercados já vêm limpos e prontos a usar, pelo que esta prática perdeu a sua justificativa.
Lavar o arroz não só se tornou desnecessário, como também pode provocar a perda de nutrientes essenciais, especialmente se o arroz for deixado de molho. A nutricionista alerta que o contacto com a água pode eliminar compostos hidrossolúveis presentes na camada externa do grão, como minerais (potássio, magnésio, ferro e fósforo) e vitaminas do complexo B (B1, B2, B3 e B6), conforme citado pelo jornal.
Para quem desejar manter o hábito, Karina Cordeiro recomenda que o faça de forma breve, apenas por alguns instantes antes de iniciar a cozedura. Quanto ao modo ideal de cozinhar o arroz, a especialista sugere utilizar a quantidade exata de água para cobrir os grãos e, se necessário, adicionar apenas um pouco mais durante a confeção. A panela deve estar inicialmente semi-tapada e, no final, tapada por completo, para que os grãos mantenham a humidade e se minimizem as perdas nutricionais.