Rui Rio, mandatário nacional de Henrique Gouveia e Melo, diz que “não estaria bom do juízo” se votasse em Marques Mendes. No programa Facto Político, da SIC Notícias, Rio acusa Mendes de incoerência porque o criticou quando defendeu “pactos de regime” com o PS e que, agora, como “estão na moda”, o antigo comentador político já os defende.
O mandatário do almirante diz que Gouveia e Melo é “alguém verdadeiramente independente e desligado de qualquer interesse, seja de interesses partidários, seja de qualquer outro interesse setorial e corporativo.” Lembra ainda que ele próprio chegou a “ponderar” candidatar-se a Presidente da República, porque “havia muitas pessoas a pressionar” nesse sentido, mas que não o fez também por considerar que há vantagens num candidato que não seja líder ou ex-líder partidário.
Criticou ainda Marques Mendes por dizer que Mário Soares é a prova que um candidato que vem de um partido foi isento. “Mário Soares por quem tinha estima pessoal fez um segundo mandato em que utilizou a Presidência da República para atacar o Governo. Marques Mendes estava nesse governo e é capaz de dizer que é isento?” Rui Rio disse ainda ter a certeza que, ao contrário de Ramalho Eanes, Henrique Gouveia e Melo “não vai criar um partido a partir de Belém”.
Rui Rio, que sempre criticou a maçonaria, relativizou muitos maçons apoiarem o almirante: “Os portugueses livres, da maçonaria ou não, votam em quem quiseram”. Desvalorizou igualmente o facto da comunicação da candidatura seja Luís Bernardo, que foi assessor de José Sócrates: “Também foi de Guterres“. E também relativizou o almoço entre Gouveia e Melo e André Ventura: “Não falei com o almirante sobre isso, mas creio que foi um almoço pôr as coisas em pratos limpos. As incompatibilidades que existem.”
Sobre a imigração, acusa a direita de estar a querer associar o almirante a um “bar aberto” de imigração, como o PS permitiu. Algo que recusa que Gouveia Melo defenda: “Um militar dificilmente é pela bandalheira”.