Numa publicação na rede social Truth Social, o presidente norte-americano ameaçou ainda o governo nigeriano de que os EUA também irão suspender imediatamente “toda a ajuda e assistência” à Nigéria

Donald Trump ordenou este sábado o Departamento de Defesa dos EUA para se “preparar para uma possível ação militar” na Nigéria, caso o governo nigeriano continue a “permitir o assassínio de cristãos”.

Numa publicação na rede social Truth Social, o presidente norte-americano ameaçou ainda o governo nigeriano de que os EUA também irão suspender imediatamente “toda a ajuda e assistência” à Nigéria.

Trump foi mais longe e ameaçou que os EUA podem “muito bem invadir aquele país agora desonrado, ‘com armas em punho’, para eliminar completamente os terroristas islâmicos que estão a cometer essas atrocidades horríveis”.

A publicação de Trump surge após outra, publicada na sexta-feira, em que o presidente dos EUA referiu que iria colocar a Nigéria na lista de países de “particular preocupação”, designação adotada sob o International Religious Freedom Act de 1998, devido à perseguição aos cristãos.

Este sábado, o presidente da Nigéria, Bola Tinubu, rejeitou as acusações de que o país é “intolerante” do ponto de vista da religião.

“A liberdade religiosa e a tolerância têm sido um princípio fundamental da nossa identidade coletiva e assim permanecerão sempre. A Nigéria opõe-se à perseguição religiosa e não a incentiva. A Nigéria é um país com garantias constitucionais para proteger os cidadãos de todas as religiões”, escreveu Tinubu no X.

A Nigéria, cuja população está quase proporcionalmente dividida entre cristãos e muçulmanos, enfrenta desafios securitários há várias décadas devido a grupos radicais como o Boko Haram, responsável, por exemplo, pelo mediático rapto de 276 raparigas de uma escola secundária no nordeste do país em 2014. Uma década após o crime, em 2024, 82 raparigas ainda estavam desaparecidas.

Tanto cristãos e muçulmanos são alvo dos ataques dos radicais, contudo, Joseph Hayab, antigo líder da Associação Cristã da Nigéria, diz que a situação “está melhor do que anteriormente”.

Alegações de que está em curso um genocídio contra os cristãos no país africano têm sido amplificadas por figuras de extrema-direita em todo o mundo, inclusive em Portugal, como é o caso de Rita Matias.