Jorge Pinto assumiu que só agora avança após cair por terra a possibilidade de uma candidatura que agregasse as esquerdas. “Se apenas agora é anunciada, é porque fui fiel àquilo em que acredito: que o ideal nestas eleições presidenciais teria sido a existência de uma candidatura extra-partidária, que agregasse as esquerdas e pudesse recuperar, ao fim de duas décadas, a Presidência da República”, afirmou.
O candidato presidencial apresentou o compromisso “de levar a todo o país um ‘Pacto republicano'”, que assenta em vários pilares. Desde logo, a habitação, que “se tornou num negócio, e não naquilo que é: um imperativo constitucional”. Mas também a defesa do Serviço Nacional de Saúde, do trabalho, o desenvolvimento económico, as migrações ou o ambiente e a coesão territorial.
Entra na corrida a Belém com a “carruagem já em andamento”, para apresentar uma candidatura “da Esquerda democrática, ecologista, europeísta, regionalista e globalista; uma candidatura feminista, anti-racista, defensora intransigente dos Direitos Humanos, da dignidade e da decência”.
“Convictamente europeísta”, Jorge Pinto defende ser possível “ter um país que lidera os esforços de transformação do projeto europeu num verdadeiro projeto de liberdade e de justiça social”. Perante uma “realidade a que assistimos pela primeira vez: uma maioria parlamentar de mais de dois terços de Direita e extrema-direita”, assinala o candidato que “o presidente da República tem de ser um garante da estabilidade democrática”.
Assumido regionalista
Jorge Pinto deixa ainda o compromisso: “Se houver a tentação da Direita e da extrema-direita de avançarem com uma revisão drástica da Constituição, sem que isso tenha sido tema de debate ou tema durante a campanha eleitoral, eu, enquanto presidente da República, devolverei a voz aos portugueses, para que estes se pronunciem nas urnas e para que digam se estão ou não dispostos a aceitar essa revisão”.
O deputado do Livre fez ainda referência ao “imperativo constitucional que continua por cumprir”, o da criação de regiões administrativas, que assume como bandeira. “Avançar com o processo de regionalização deve, pois, ser uma missão de qualquer presidente da República. E deixo-vos o meu compromisso: sendo presidente da República, promoverei a primeira Assembleia Cidadã em Portugal para que se discuta de forma alargada e com tempo o modelo de regionalização de que o país precisa”.