É preciso lupa, mas é uma subida, de 1,34% para 1,35% TANB, ou seja, a taxa média de depósitos até um ano sobe ligeiramente em setembro de 2025, somando mais 1 ponto de base ou 0,01 pontos percentuais face a outubro.
Estes valores são médios e na análise feita já em outubro no artigo “Melhores depósitos a prazo – Outubro de 2025” sublinhámos que:

“também identificámos bancos como o Open Bank, o Bankinter, o Carregosa e até a CGD com alguma revisão em alta em depósitos pontuais. Também houve descida“.

Talvez em outubro, quando o Banco de Portugal fizer as contas, se note outra ligeira subida. Certo é que em setembro, se alargarmos a análise a todos os depósitos – e não apenas os até um ano – o valor médio da taxa de juro paga nem os 0,01 pontos percentuais subiu. Ficaram estagnados.

Recorde-se que no último mês as euribor estabilizaram em valores acima de 2%. Isto para as euribor a 3 meses e a prazos superiores (ver “Certificados de Aforro: taxa de juro vai subir em novembro de 2025“).

Quanto dinheiro estou a perder?

A pergunta perante estas taxas de juro médias, para a maioria dos aforradores, será não quanto estou a ganhar com o depósito a prazo mas antes quanto estou a perder. Estará a perder menos do que se deixar o dinheiro parado num depósito à ordem não remunerado mas ainda assim, estará a perder poder de compra.

No ano terminado em outubro, segundo contas do INE, a taxa média de inflação foi de 2,4%, exatamente igual à registada em setembro. Uma boa aproximação apra calcular quanto se está a perder de poder de comrpa é comparar esta “taxa de juro” a que sobe o preço do cabaz de compras no consumidor (2,4% ao ano) com a remuneração de um depósito a prazo. E, como vimos, até 1 ano anda pelos 1,35%. Se a estes 1,35% subtrairmos os 28% de IRS ficamos com uma taxa líquida de… 0,972%. É este valor que devemos comparar com a inflação de 2,4%.

Em suma, por cada €1000 que se tenha depositados a prazo a 1,35%, mantendo-se estas condições de inflação e de fiscalidade sobre os juros, no final do ano, seriam precisos €1.024 para conseguir comprar o mesmo exato cabaz de bens e serviços.
No entanto, na conta do banco, já após somados os juros recebidos com o depósito e descontado o IRS, só lá vamos encontrar €1.009,72.

Além de considerar colocar pelo menos uma parte da poupança em outras opções de investimento que se ajustem ao seu nível de conhecimento e apetência ao risco – em especial se já tiver um fundo de emergência acessível e suficiente para “aguentar” uma perda de rendimentos durante 6 a 12 meses –  será sempre um bom investimento procurar melhores ofertas de depósitos a prazo ou de produtos com nível de riscos equiparáveis.

No fundo, há mérito em procurar depósitos a prazo ou produtos de aforro (exemplo, certificados de aforro ou equivalentes) que ofereçam taxas de juros acima da média, considerando as restantes características relevantes (como possibilidade de mobilização antecipada, depósito mínimo, etc).
Tempo é dinheiro e não dedicar tempo a procurar as melhores opções, mesmo de depósitos a prazo, também é dinheiro potencialmente perdido.

Boas poupanças e bom dia mundial da poupança de 2025!