O homem e a mulher, de 37 e 38 anos, formalmente acusados no sábado pelo alegado envolvimento no assalto ao Museu do Louvre, estão numa relação de longa data e têm filhos juntos. A informação foi divulgada este domingo pela procuradora de Paris, Laure Beccuau, que revelou também que esse suspeito está ligado a um dos outros detidos no âmbito da investigação por um roubo de 2015.
Uma “teia de aranha” que está a ser desvendada pouco a pouco, foi a expressão usada por Beccuau para descrever a investigação ao assalto do dia 19 de outubro à Galeria Apolo do Louvre, que culminou com o roubo de joias avaliadas em 88 milhões de euros. Segundo a procuradora de Paris, o assalto não partiu de um grupo de crime organizado, mas de pessoas “locais”, algumas já conhecidas das autoridades francesas.
Mais duas pessoas acusadas no caso do roubo das joias do Louvre
“São claramente pessoas locais. Todos viviam mais ou menos em Seine-Saint-Denis”, disse em entrevista à rádio Franceinfo. “O que estamos a ver agora são perfis pouco conhecidos no contexto do crime organizado, mas que ascendem rapidamente e se envolvem em crimes organizados extremamente graves”, explicou.
Segundo Laure Beccuau, o homem de 37 anos detido a 29 de outubro e acusado no sábado de “roubo organizado” e “conspiração para cometer roubo organizado” tem particular interesse para os investigadores. A sua ficha criminal já incluía 11 condenações, incluindo infrações de trânsito, furto qualificado e tentativa de arrombamento de caixa eletrónica.
O suspeito, revelou a procuradora, tem uma relação com a mulher de 38 anos acusada no sábado de ser cúmplice do crime roubo agravado e ainda de ter conspirado com o objetivo de cometer um crime. O casal, que negou o envolvimento no assalto, tem filhos em comum, acrescentou. Foram encontrados vestígios de ADN da suspeita numa carrinha usada no assalto, mas os investigadores acreditam que não terá estado diretamente envolvida e que podem ter sido transferidos “por alguém ou por um objeto”.
Além do relacionamento com a suspeita, o homem de 37 anos está também ligado a outro dos dois detidos a 25 de outubro, adiantou Beccuau. Trata-se de um homem de 39 anos, também já conhecido da polícia francesa, que deverá ser ouvido em novembro num tribunal pelo crime de “destruição de propriedade”. Ambos foram condenados por um assalto em 2015.
O último suspeito, de 34 anos, tem um cadastro mais curto que os restantes, mas que também incluiu roubo e infrações de trânsito. O homem, que nasceu na Argélia e vivia em França desde 2010, foi detido a 25 de outubro no Aeroporto de Roissy quando tentava embarcar para um voo para o país de origem sem bilhete de regresso. À semelhança do francês de 39 anos, admitiu parcialmente o envolvimento no crime.
Beccuau disse ainda na entrevista que se acredita que pelo menos um dos assaltantes “ainda está desaparecido”, mas não excluiu que possam existir mais cúmplices.