O novo desenho do PRR reduz em 311 milhões de euros o valor global do plano, mas isso não era novidade, pois eram empréstimos e o Governo já tinha assumido que ia abdicar deles. No entanto, o que não se sabia é que há quase mil milhões de euros que são movimentados de projetos que agora perdem financiamento para outras áreas como a inovação empresarial.

As contas do secretário-geral do PS estão certas: “Corta mais de 40 milhões na saúde, corta 235 milhões na educação e nas escolas, corta cerca de 250 milhões de euros no que tem que ver com os apoios sociais para os cuidados domiciliários, continuados e paliativos, e corta quase 300 milhões de euros nos transportes e mobilidade”.

José Luís Carneiro falava este domingo à tarde, na Póvoa de Lanhoso, onde assinalou que “o Governo deve responder aos portugueses, deve explicar por que razão e com que fundamentos entendeu desviar estes recursos”. Deve dizer também “porque é que não houve capacidade para os executar e, na hora de decidir, por que razão é que os tira de áreas que são vitais para a vida das pessoas”, acrescentou.

Muitas mudanças

A lista de alterações daquela que é a terceira e última reprogramação do PRR português é longa e atinge alguns dos programas de bandeira do plano. Nas obras, perde financiamento a linha vermelha do metro de Lisboa e uma das oito estações da linha rubi do metro do Porto. Tal como o novo Hospital de Lisboa.

Há ainda redução de verbas para o carros elétricos das câmaras e instituições sociais, menos camas para lares e cuidados, cortes em equipamentos médicos e na construção de centros de saúde. Na educação, cai o wi-fi na rede escolar.

O Ministério da Coesão justificou, na entrega da reprogramação, que o objetivo era acelerar as metas concretizáveis até à data limite, que é entre junho e dezembro do próximo ano, conforme o projeto.