Jorge Novo, candidato a presidente da Assembleia Municipal de Bragança pelo PS, e eleito pelos brigantinos, perdeu, esta sexta-feira, a eleição para o cargo para Eduardo Malhão, do PSD, que venceu com os votos dos presidentes de junta.

Nas eleições autárquicas de 12 de Outubro, o PS conseguiu o maior número de votos à Assembleia Municipal de Bragança, conquistando 20 deputados municipais e derrotando o PSD, que elegeu 18. No entanto, os votos dos presidentes de junta — membros da Assembleia Municipal por inerência — pesaram nas contas para eleger o presidente daquele órgão autárquico.

Os socialistas conseguiram apenas cinco juntas de freguesia, enquanto os sociais-democratas conseguiram 34. Quer isto dizer que o PSD ficou com maior representação na assembleia, apesar de, nas urnas, ter elegido menos dois deputados do que o PS para aquele órgão.

Perante este cenário, esta sexta-feira, depois da tomada de posse dos órgãos autárquicos de Bragança, decorreu uma assembleia extraordinária e o PSD apresentou Eduardo Malhão como candidato à presidência da Assembleia Municipal.

Passavam apenas alguns minutos, depois de Jorge Novo ter tomado posse, quando se fez uma votação secreta. O socialista conseguiu apenas 32 votos, enquanto Eduardo Malhão conquistou 42. Houve quatro votos em branco e um nulo.

Eduardo Malhão é assim o novo presidente da Assembleia Municipal de Bragança, pelo PSD, sendo que a câmara é liderada por Isabel Ferreira, do PS. Um dos quatro vereadores eleitos, Nuno Moreno (o número dois da lista do PS), desvinculou-se do grupo socialista e tomou posse como vereador independente, deixando o executivo municipal com três vereadores do PS e três do PSD.

Foi a “democracia a funcionar”

Quanto à Assembleia Municipal, a Lusa tentou obter declarações de Eduardo Malhão, que remeteu esclarecimentos para mais tarde.

Por sua vez, Jorge Novo, em declarações aos jornalistas, referiu que foi a “democracia a funcionar”, mas “os resultados não correspondem de modo algum à expressão de voto” dos cidadãos e “colocaram o ónus da decisão nos presidentes de junta, que querem apenas contribuir para que a sua freguesia possa ser melhor no final do mandato”.

“Fiquei bastante triste, porque na perspectiva do exercício da democracia, da apresentação das ideias, das propostas, nem isso me deixaram apresentar, uma vez que no momento para o fazer remeteram para o plenário de assembleia, para votação”, criticou.

Ainda assim, Jorge Novo não tem dúvidas de que os brigantinos quiseram a “mudança” e garante que vai continuar na Assembleia Municipal, agora como deputado.