“É possível retomar os horários por causa da entrada de navios elétricos, o que é a grande novidade nesta ligação”, refere fonte oficial à Antena 1, que esclarece que passa a existir uma frota mista de navios elétricos e a diesel.
Durante vários meses, para fazer face a limitações operacionais, a operadora anunciou sucessivos ajustes de horários em várias ligações. No caso de Cacilhas, entre as 6 horas e as 11 horas, partiam quatro barcos por hora para o Cais do Sodré, número que se repetia no sentido inverso das 15 horas às 19 horas.
Com o regresso do horário completo de dias úteis, por exemplo, entre as 7h00 e as 8h00 e entre as 8h00 e as 9h00 estão previstas sete partidas de Cacilhas em cada espaço de tempo. No Cais do Sodré há seis partidas das 17h00 às 18h00 e das 1900 às 20h00, havendo sete partidas entre as 18h00 e as 19h00.
Os “ajustes programados”, como a Transtejo classifica, atingiram no ano passado um recorde de 10.258 viagens, uma subida de 50 por cento em relação em 2023, representando a maior parte das 12.474 supressões registadas pela empresa.
Além de alterações habituais em períodos de férias, “verificou-se a necessidade de realizar ajustes adicionais” ao longo do ano, especialmente na ligação fluvial de Cacilhas, “com o objetivo de garantir a manutenção da frota e mitigar a escassez de recursos humanos operacionais à data”, esclarecia a empresa.
Em setembro, a secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, defendeu no Parlamento que os mais de dez mil ajustes programados eram “mudanças de horários” e não supressões, considerando apenas como supressões cerca de duas mil ocorrências e não 12 mil.
Dando um exemplo, se “o navio das 9h00 passei a fazer às 9h10, eu não tive uma supressão, tive uma alteração de horário”, disse Cristina Pinto Dias na Comissão de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação, no dia 24 de setembro. Isto apesar de ser assinalado agora pela Transtejo que está a decorrer uma retoma dos horários com mais 38 carreiras.
Passageiros no terminal fluvial de Cacilhas, em Almada
“Daquela notícia de 12 mil supressões, dez mil dessas foram mudanças de horário”, referiu. “Sobram duas mil, metade das registadas em 2023”, afirmou Pinto Dias.
Os números que a Antena 1 avançou há dois meses foram transmitidos pela Transtejo, números que voltaram a ser referidos como supressões no relatório e contas da empresa de 2024, publicado já depois da notícia.Oito navios elétricos a navegar, dois de reserva
São cinco as ligações fluviais do grupo Transtejo: Montijo – Cais do Sodré (Lisboa); Seixal – Cais do Sodré; Cacilhas (Almada) – Cais do Sodré; Trafaria (Almada) – Porto Brandão (Almada) – Belém (Lisboa); Barreiro – Terreiro do Paço (Lisboa).
Na mesma audição no Parlamento, a secretária de Estado explicou que a Transtejo pretende ter a navegar oito dos dez navios elétricos (já chegaram todos), ficando dois de reserva. Os oito estarão ao serviço das ligações de Cacilhas, Seixal e Montijo.
“Quando conseguirmos colocar os navios todos ao serviço destas três linhas, automaticamente estamos a libertar os navios antigos para poder reforçar, ou pelo menos completar, nas outras duas linhas”, afirmou Cristina Pinto Dias, referindo-se ao Barreiro e à Trafaria.
A governante assegurou também que já estão resolvidos os problemas de carregamento de navios elétricos que marcaram o arranque dessa operação na ligação fluvial do Seixal.