Na passada sexta-feira, a imprensa norte-americana avançou, citando fontes próximas, que o Pentágono deu luz verde ao envio de mísseis Tomahawks à Ucrânia. No entanto, a decisão final cabe ao presidente Trump.
Questionado por um jornalista a bordo do Air Force One sobre se está a considerar fornecer Tomahawks à Ucrânia, Donald Trump respondeu: “Não, não exatamente”. Acrescentou, no entanto, que poderia mudar de ideias.
O presidente norte-americano e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, discutiram a ideia dos mísseis Tomahawk quando se reuniram na Casa Branca, a 22 de outubro. Na sexta-feira, Rutte afirmou que a questão estava em análise e que a decisão final caberia aos Estados Unidos.
Trump tem-se mostrado reticente em relação a um plano para os Estados Unidos venderem Tomahawks a países da NATO que os transfeririam para a Ucrânia, alegando que não quer intensificar a guerra.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem apelado ao envio destes mísseis, mas o Kremlin alertou contra qualquer fornecimento de Tomahawks a Kiev, avisando que representará “uma escalada” na guerra. Os mísseis Tomahawk têm um alcance de 2.500 quilómetros, suficiente para atingir alvos em território russo, incluindo Moscovo.
As esperanças do presidente ucraniano por mísseis Tomahawk já tinham caído por terra no último encontro com Donald Trump na Casa Branca, a 17 de outubro. Na altura, o presidente dos EUA afirmou esperava acabar com a guerra na Ucrânia antes de serem precisos Tomahawks.
Dias antes, Trump tinha admitido entregar estes mísseis à Ucrânia se a Rússia não regressasse à mesa das negociações. A declaração fez soar os alarmes no Kremlin, que sugeriu uma conversa entre Trump e Vladimir Putin. Nessa conversa, o presidente russo disse a Trump que o fornecimento de Tomahawks a Kiev prejudicaria o processo de paz e os laços entre os EUA e a Rússia.
Os dois presidentes combinaram ainda encontrar-se em Budapeste, na Hungria, para tentar por um fim à guerra. Com este telefonema, que ocorreu na véspera do encontro de Trump com o seu homólogo ucraniano, a decisão do presidente norte-americano sobre os Tomahawk foi adiada.
Sem mísseis Tomahawk, Zelensky anunciou no domingo que Kiev reforçou os seus sistemas de defesa aérea Patriot, de fabrico norte-americano, após um novo envio da Alemanha.
“Hoje já posso dizer que há um bom resultado para a nossa defesa aérea – a Ucrânia tem agora mais mísseis Patriot”, anunciou o presidente ucraniano, agradecendo ao chanceler alemão.
“É claro que precisamos de mais sistemas em todo o território do nosso país para cobrir as infraestruturas essenciais e as nossas cidades, e continuaremos a trabalhar para os obter”, acrescentou Zelensky.
Zelensky anunciou ainda que irá reunir-se com os aliados internacionais esta semana para coordenar e reforçar os pedidos de assistência militar necessários para a guerra.
c/ agências