“Se querem argumentar com independência, não encontram ninguém mais independente do que eu.
Porque eu não tenho qualquer espécie de penhor em relação a entidades”
como a maçonaria ou “associações informais de amigos que há muito tempo
combinam táticas políticas”, frisou.
Nas restantes candidaturas, garante, “há quem tenha” esse tipo de
ligações. “Há quem tenha pessoas pertencentes a esses grupos nas suas
campanhas”, o que pode significar que os candidatos ficam “credores
desses apoios”, que “por algum motivo lá estão”.
“Se alguém se aproximasse de mim vindo da maçonaria e me quisesse apoiar, eu recusava esse apoio,
porque não considero que uma organização discreta numa democracia deva
ter a influência que a maçonaria tem nalgumas organizações políticas”,
declarou.
Cotrim confiante numa segunda volta
“Eu serei um dos dois candidatos que estarão na segunda volta” porque “aquilo que eu trago para esta campanha presidencial é bastante diferente do que aquilo que os outros candidatos trazem”, vincou.
João Cotrim Figueiredo disse estar muito preocupado com “a preparação de Portugal para o futuro” e garantiu estar “particularmente preparado para que esse embate com o futuro seja feito com energia, vontade e confiança, com otimismo”. O candidato apoiado pela IL garantiu que a receção popular à sua candidatura “tem sido extraordinária”.
O liberal considerou ainda que os candidatos presidenciais não devem ser analisados dentro do espectro político esquerda/direita, já que tal seria “favorecer a interpretação das presidenciais como uma segunda volta das legislativas”.
Na visão de Cotrim Figueiredo, um presidente “não é um executor, não é alguém cujas opiniões políticas (…) se devam sobrepor às dos governos que estiverem em funções”.

Quanto àquilo que o distingue dos outros candidatos, lembrou que está na vida política há seis anos e “Marques Mendes está na vida política há décadas”, o que vê como uma vantagem. “Eu não estou preso a lógicas partidárias” nem “a interesses políticos de um ou outro”, assegurou.
“Portanto, estou perfeitamente à vontade para, perante cada situação (…), ser capaz de ser independente”, elaborou.
Quanto aos restantes, referiu como diferenças a seriedade e a energia: “Sou um candidato sério que me distingo de André Ventura, e depois sou um candidato com um nível de energia e de vontade de mudança que não vejo em António José Seguro”.
Diferenças em relação a Marcelo
“Cada presidente teve o seu estilo”, vincou Cotrim Figueiredo quando questionado sobre as diferenças que teria a sua eventual presidência em relação à de Marcelo Rebelo de Sousa.
“Eu não confundo proximidade com bonomia, ou seja, eu não acho que estar próximo das pessoas signifique não ser honesto com elas e explicar a natureza das dificuldades que podem, nalgum momento, o país ter de enfrentar”, explicou.
O candidato exemplificou com a discussão sobre a necessidade de investir mais em defesa, dizendo não ter visto, da parte do atual presidente da República, “vontade de explicar porque é que isso é necessário nem a vontade de explicar que isso pode exigir escolhas difíceis”.