Persona 3 Reload chegou oficialmente, na última quinta-feira (23/10), para o Nintendo Switch 2. O remake do título original de PlayStation 2 foi lançado no início de 2024. Esta nova versão foi feita baseada no estilo adotado no título mais recente da franquia, Persona 5, o que muda muitos fatores do estilo de arte e jogabilidade.

A Hora Sombria

 
O time se une pela primeira vez para explorar o Tártaro e descobrir que mistérios residem no labirinto.

O time se une pela primeira vez para explorar o Tártaro e descobrir que mistérios residem no labirinto.
(foto: Reproduçsão/Atlus)

Em Persona 3, o jogador é um estudante que está se mudando para uma nova cidade e indo viver em um dormitório com outros adolescentes. Contudo, quando ele chega à cidade, misteriosamente o lugar é tomado por uma aura sinistra, com vários caixões em pé por toda cidade. Assim que pisa no dormitório, conhece a jovem Yukari Takeba, que o leva ao seu quarto. 

Na manhã seguinte, começa um dos principais trechos de Persona, a vida escolar. O jogador vai receber aulas e, logo mais, fazer amigos. Assim, conhece Junpei Iori, um menino empolgado que faz amizade com o protagonista.

Então, o personagem se vê em um transe, numa dimensão do sonho, onde conhece Igor, um homem de nariz pontudo e cabelos só nas laterais brancos, que avisa que o protagonista tem uma habilidade especial diferente de todos os outros. Conhecendo assim, um mundo entre uns mundos, a Sala de Veludo, onde você pode unir suas Personas e criar seres mais fortes e com mais habilidades.  

Assim que ele retorna do sonho, o dormitório é atacado durante a madrugada por forças misteriosas, Shuji, o diretor do lugar, pede que Takeba proteja o novato e o leve até o terraço do dormitório. Assim ela o faz, só que quando chegam lá, uma criatura surge, feita inteiramente de mãos.

Takeba saca uma arma e aponta para própria cabeça. O protagonista fica em choque com a situação. Amedrontada com os monstros, ela não consegue disparar e acaba deixando o item cair. Como se algo chamasse o protagonista, ele agarra a arma e a dispara contra a própria cabeça, libertando assim a Persona Orfeu, uma entidade que representa seus sentimentos e personalidade. Assim, com seu novo poder descoberto, ele luta contra as sombras e as derrota, salvando o dormitório.

Sabendo das ações do novato, o diretor o convida a participar da SEES (Specialized Extracurricular Execution Squad, ou em português, o Esquadrão Extracurricular Especializado em Execução), grupo formado por todos os membros do dormitório que luta contra os monstros conhecidos como sombras durante a Hora Sombria, um horário escondido para os humanos normais que fica entre a meia-noite e 1h da manhã.

O problema maior é que, recentemente, na localidade onde fica a escola, surgiu um labirinto misterioso que abriga várias sombras, o Tártaro. Os membros descobriram a existência do labirinto, mas não tinham ainda explorado o espaço.

Agora, sendo liderados pelo novato, o grupo vai junto descobrir o que tem dentro do Tártaro. Assim começa a aventura do jogador lidando com os conflitos e provas escolares pela manhã, enquanto caça criaturas místicas à noite.

Lua Cheia, Vida Plena


O protagonista possui a habilidade especial de misturar várias Personas e utilizar seus diferentes poderes em combate.

O protagonista possui a habilidade especial de misturar várias Personas e utilizar seus diferentes poderes em combate.
(foto: Reproduçsão/Atlus)

Persona segue a linha dos RPGs japoneses ou JRPGS para os íntimos, o jogo é dividido em turnos, – Alternando entre ataques, um do inimigo, outro do jogador – com o jogador controlando um time de até 4 personagens, incluindo o protagonista. Persona se comporta muito como RPGs de fantasia, com o jogador podendo atacar com a arma do personagem ou executar uma magia de sua Persona que vai gastar a barra de “mana.”

A franquia ainda conta com o sistema chamado “Mais uma vez”, que é quando o jogador consegue atordoar um inimigo com um ataque efetivo e ganha mais uma ação, o mesmo vale para o inimigo. E, além disso, se o jogador nocautear todos os inimigos em tela, ele pode executar uma ação especial em que todos os aliados atacam ao mesmo tempo.

A divisão de jogabilidade entre o mundo mundano e o fantástico da série Persona como um todo, é incrível. A produção ainda atrela uma vida a outra através das cartas de Tarô. Cada relação que o personagem principal constroi é representada por uma das cartas, por exemplo, a carta Amantes, é a relação do interesse amoroso do personagem.

Conforme você evolui a relação, suas Personas da carta Amantes se tornam mais poderosas. E quando finalmente atinge o nível máximo de relação, uma nova Persona baseada na carta surge. Mas esse nível de ligação social só é alcançado depois de fazer algumas atividades com aquele personagem e escolher as opções certas durante os diálogos. 

Além disso, existem as aulas, que servem para amadurecer 3 características do protagonista, que são usadas em diálogos diversos. Coragem, Carisma e Conhecimento, cada um sendo importante a sua maneira, para liberar diálogos e até personagens ao longo da história. A quantidade de Personas disponível no jogo é absurda, e com o recurso de muda-lás durante as lutas, faz o protagonista ganhar uma grande vantagem na luta contra os inimigos. 

Persona Portatíl


Jogo já teve versão exclusiva para o portátil da Sony, trazendo uma história inédita com uma protagonista feminina.

Jogo já teve versão exclusiva para o portátil da Sony, trazendo uma história inédita com uma protagonista feminina.
(foto: Reproduçsão/Atlus)

Reload não é a primeira versão de Persona para os portáteis, e curiosamente o mais elogiado também foi uma edição do terceiro título, Persona 3 Portable apareceu no PSP em 2009 e roubou a cena por adicionar todo um novo conteúdo ao jogo. Na tradição Persona não permite que o jogador mude o gênero do protagonista, nessa versão o jogador podia de forma inédita experienciar o título com uma personagem feminina, abrindo todo um novo leque de possibilidades, desde diálogos e interações.

As únicas coisas que talvez não agradaram à época, primeiro: foi que as cenas principais de diálogo, ao invés de ter os personagens em tela, se tornaram visual novels, justamente pelo poder limitado de hardware da época, e na mesma linha, o jeito de explorar a cidade que se tornou quase praticamente um point and click, também deixou exclusivamente a parte do Tártaro como único em 3D completo. 

Considerações finais


Atlus já sinalizou uma vindoura versão "Reload" de Persona 4 também.

Atlus já sinalizou uma vindoura versão “Reload” de Persona 4 também.
(foto: Reproduçsão/Atlus)

A literal magia de Persona, está em como seu universo é bem desenvolvido, como jogador se apega aos personagens que fazem parte daquele conto quase surrealista e que se unem em prol de um bem maior. Apesar de conter muito conteúdo fantástico retratando a magia, Persona é uma profunda metáfora sobre problemas reais, e o terceiro jogo, escancara isso desde o primeiro contato com o “super-poder” do protagonista, com ele se “libertando” só após um ato simbólico de morte.

Persona 3 é um marco para os fãs de RPG do mundo, sendo aquele que apresentou para o resto do mundo a franquia, mostrando seu potencial e sua história fantástica e sensível. O port para o Nintendo Switch faz jus a todas as versões já lançadas do jogo, sem dever nenhum pouco para os consoles atuais e trazendo o benefício da portabilidade que outrora o jogo já teve e que agora retorna sem limitações e mudanças por conta do seu hardware limitado.

Persona 3 Reload está disponível para Nintendo Switch 2, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, PC e Xbox Series X|S.

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*Está análise foi feita com uma cópia para Nintendo Switch 2 enviada pela SEGA Brasil.

 

  • O time se une pela primeira vez para explorar o Tártaro e descobrir que mistérios residem no labirinto.

    O time se une pela primeira vez para explorar o Tártaro e descobrir que mistérios residem no labirinto.
    Foto: Reproduçsão/Atlus

  • O protagonista possui a habilidade especial de misturar várias Personas e utilizar seus diferentes poderes em combate.

    O protagonista possui a habilidade especial de misturar várias Personas e utilizar seus diferentes poderes em combate.
    Foto: Reproduçsão/Atlus

  • Jogo já teve versão exclusiva para o portátil da Sony, trazendo uma história inédita com uma protagonista feminina.

    Jogo já teve versão exclusiva para o portátil da Sony, trazendo uma história inédita com uma protagonista feminina.
    Foto: Reproduçsão/Atlus

  • Atlus já sinalizou uma vindoura versão

    Atlus já sinalizou uma vindoura versão “Reload” de Persona 4 também.
    Foto: Reproduçsão/Atlus

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Khalil Santos Repórter Júnior

Formado em jornalismo pelo Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB). Atua desde 2022 como repórter multimídia do Correio Braziliense, o primeiro jornal de Brasília. Participou de coberturas importantes como as eleições de 2022 e