Seriam cinco horas quando o intruso percorreu os campos agrícolas que rodeiam o estabelecimento prisional de Alcoentre e saltou o muro, e respetiva vedação, junto a uma das torres de vigilância que, àquela hora, estava sem guardas prisionais. Em seguida, percorreu apenas alguns metros até ao edifício das camaratas dos reclusos e pousou um saco no parapeito da janela de uma das celas.

Tal como tinha entrado, o homem abandonou a cadeia sem dificuldade e só seria visto por um dos guardas já depois de ter saltado o muro e regressado aos campos agrícolas. Os guardas prisionais ainda foram no seu encalço, mas já não conseguiram apanhá-lo.

De regresso à prisão, os guardas prisionais fizeram uma rusga nalgumas celas e rapidamente encontraram o saco deixado, pouco antes, junto à janela. Este guardava 30 telemóveis (smartphones) e carregadores, garrafas com bebidas alcoólicas e ainda vaporizadores para fumar droga K4, que enchia alguns frascos.

Segundo o presidente do SNCGP, Frederico Morais, este foi o terceiro saco com produtos proibidos encontrado, desde o início do ano, na cadeia de Alcoentre. O dirigente sindical recorda ainda a fuga dois reclusos, em julho passado, e uma avaria no portão principal que se prolongou por três meses. “Se fosse o vinho que a cadeia produz e vende, os problemas já estavam resolvidos, mas como é segurança ninguém quer saber”, afirmou Frederico Morais.