(em atualização)


Cheney morreu na noite de segunda-feira devido a complicações de uma pneumonia e problemas cardíacos e vasculares, segundo um comunicado da família.

O republicano – antigo congressista pelo Wyoming e ex-secretário da Defesa – já era uma figura importante em Washington quando o então governador do Texas, George W. Bush, o escolheu como seu companheiro de candidatura nas eleições presidenciais de 2000, que Bush venceu.

Enquanto vice-presidente de 2001 a 2009, Cheney lutou vigorosamente pela expansão dos poderes da presidência, por acreditar que estes estavam a ser enfraquecidos desde o escândalo Watergate, que levou à demissão do seu antigo chefe, Richard Nixon. Alargou também a influência do gabinete do vice-presidente ao reunir uma equipa de segurança nacional que funcionava frequentemente como um centro de poder próprio dentro do governo.

Durante décadas, Cheney foi uma figura influente e controversa em Washington. Nos seus últimos anos, contudo, o antigo vice-presidente, ainda um conservador linha-dura, acabou a ser amplamente ostracizado pelo seu partido devido às suas intensas críticas ao presidente Donald Trump, a quem chamou de “cobarde” e a maior ameaça de sempre à república.

“Nos 248 anos de história da nossa nação, nunca houve um indivíduo que representasse uma ameaça maior à nossa república do que Donald Trump”, disse Cheney, o homem que durante muito tempo foi um inimigo da esquerda mas que nas últimas eleições votou pela candidata democrata, Kamala Harris. Cheney ficou conhecido como o principal arquiteto da “guerra ao terror”, depois de ter incentivado a guerra do Iraque, em março de 2003, com base em premissas equivocadas sobre o alegado arsenal de armas de destruição maciça na posse de Bagdad. Nenhuma arma deste tipo foi encontrada.


Na preparação para a guerra, Cheney sugeriu que poderia haver ligações entre o Iraque e a Al-Qaeda e os ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos. Uma comissão sobre os ataques de 11 de setembro desacreditou posteriormente esta teoria.


Cheney sofreu grande parte da sua vida com problemas cardíacos, tendo sofrido o primeiro de uma série de ataques cardíacos aos 37 anos. Foi submetido a um transplante de coração em 2012.


c/agências