O Museu de História Natural transformou-se, por uma noite, no coração do glamour e da criatividade. Sob a icónica baleia azul suspensa no salão principal, decorreu a cerimónia que muitos chamam de Oscars da moda, os CFDA Awards 2025, reunindo criadores, artistas, modelos e estrelas internacionais num tributo vibrante ao melhor do design americano.
A anfitriã, Teyana Taylor, conduziu o evento com humor e carisma, alternando coordenados de Thom Browne e partilhando histórias do quotidiano com descontração. “Talvez tenha de ligar ao meu irmão de Harlem, o A$AP Rocky, para me emprestar um fato de tribunal”, brincou, arrancando gargalhadas da plateia ao falar da sua próxima missão como jurada.
Mas foi Rihanna quem captou todos os olhares e fez o salão suspender por instantes a respiração. A cantora dos Barbados, deslumbrante num conjunto Alaïa, com trench coat preto e calças brancas plissadas, marcou a sua primeira aparição pública desde o nascimento da terceira filha, Rocki.
Foto: Charly Triballeau / AFP
Ao seu lado, A$AP Rocky, em Chanel e com a confiança habitual, recebeu o Fashion Icon Award, entregue por Anna Wintour. “Sim, sou um ícone”, disse o rapper, entre risos. “Mas nada seria possível sem todos os que estão nesta sala.” Depois, olhou para Rihanna e acrescentou: “Tu ganhaste este prémio há anos. Lembras-te quando te disse que também o queria? Fizemo-lo, baby.”
Versace homenageada, Ralph Lauren consagrado
A noite prosseguiu entre aplausos, discursos e emoção. Aos 86 anos, Ralph Lauren voltou a conquistar o prémio de Criador de Moda Feminina do Ano, trinta anos depois da sua primeira vitória. Thom Browne, presidente do CFDA, venceu na categoria de Moda Masculina, consolidando o seu estatuto de mestre da alfaiataria moderna.
Thom Browne e Teyana Taylor (Foto: Charly Triballeau / AFP)
Um dos momentos mais simbólicos da cerimónia foi a homenagem a Donatella Versace, distinguida com o Positive Change Award. Amber Valletta surgiu com o lendário vestido verde tropical que Jennifer Lopez imortalizou nos Grammys de 2000, peça que, segundo a lenda, inspirou a criação do Google Images.
Amber Valletta, Donatella Versace e Ariana DeBose (Foto: Dimitrios Kambouris / Getty Images / AFP)
Ariana DeBose sublinhou o impacto cultural da criadora italiana: “Ela cria momentos que ficam para sempre, nas passadeiras vermelhas, nas capas de revistas e na memória coletiva”, afirmou. “A criatividade nasce da diversidade. Não tem cor, nem género, nem orientação”, respondeu Donatella, sendo aplaudida de pé:
O Lifetime Achievement Award distinguiu Ralph Rucci, ovacionado por uma plateia que incluía Michael Kors. O prémio de Designer Internacional do Ano foi para Pieter Mulier, da Alaïa, apresentado por Naomi Campbell, que homenageou com emoção o falecido Azzedine Alaïa.
Pieter Mulier, vencedor do prémio de Designer Internacional do Ano, e Naomi Campbell (Foto: Dimitrios Kambouris / Getty Images / AFP)
Entre flutes de champanhe, pequenas iguarias e música ao vivo de Olivia Dean, o ambiente foi de celebração e leveza. Mais do que uma vitrina de tendências, a noite reafirmou a força de uma indústria que se reinventa com coragem, diversidade e emoção. Nova Iorque voltou a vestir-se de gala e mostrou, mais uma vez, que a moda é o espelho do seu tempo.