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No dia 4 de Novembro, a Lua dará o espectáculo mais luminoso do ano. É a segunda de uma série de três super-luas consecutivas que encerram 2025.

Por vezes, apelidada de “Lua do Castor”, o nome desta lua cheia – com origem nas tradições de vários povos indígenas da América do Norte – assinala a estação em que os castores constroem as suas moradas de Inverno e quando os caçadores costumavam montar as suas armadilhas, antes de os rios congelarem.

A diferença de tamanho pode ser subtil a olho nu, mas o brilho adicional será inconfundível – suficiente para projectar sombras ténues e iluminar a noite desde o pôr até ao nascer do Sol.

Por que razão esta Super Lua se destaca

A lua cheia desta semana não se limita a estar perto de nós – orbitará cerca de 27.000 quilómetros mais próxima da Terra do que a média e isso fará com que pareça cerca de sete por cento maior e até 16 por cento mais luminosa do que uma lua cheia típica.

As super-luas ocorrem quando a Lua fica cheia enquanto se encontra no perigeu, o ponto da sua órbita elíptica mais próximo da Terra. O termo técnico para este alinhamento é lua cheia no perigeu.

Mas nem todas as super-luas nascem iguais. Algumas ocorrem quando a Lua está quase no perigeu, mas não perfeitamente alinhada com a fase cheia, que diminui o seu tamanho aparente e luminosidade. Quando a Lua se encontra no apogeu – o ponto da sua órbita mais distante da Terra – o resultado é uma micro-Lua cheia mais pequena e mais pálida.

Lua do castor

A Lua de Novembro, porém, ficará cheia praticamente na mesma altura em que ocorre a sua maior aproximação à Terra, criando a combinação ideal para um espectáculo impressionante. O brilho adicional é suficiente para ofuscar a luz das estrelas mais pálidas e até para projectar sombras ténues no solo, um efeito raro que só é visível durante as super-luas mais intensas. A Lua não voltará a aparecer tão grande e luminosa até 24 de Novembro de 2026, data em que a próxima “Lua do Castor” alcançará um ponto similarmente próximo na sua órbita.

Dicas para ver e fotografar a Super Lua

Não é necessário equipamento especial para observar esta super-Lua, mas estas dicas podem ajudá-lo a desfrutar melhor da experiência. Embora a Lua só alcance oficialmente a fase cheia no dia 5 de Novembro às 13h19, a altura mais mágica para a admirar é na primeira hora imediatamente após ela surgir sobre o horizonte, a nascente.

Nesse ângulo baixo, a “ilusão da Lua” fá-la parecer maior do que realmente é – um truque óptico que ocorre quando os nossos cérebros comparam a Lua com pontos de referência como árvores ou edifícios. A sua posição baixa dá-lhe um brilho dourado ou alaranjado, causado pela atmosfera terrestre, que dispersa os comprimentos de onda azuis, mais curtos, deixando os tons mais quentes predominarem.

Para os fotógrafos, o nascer da lua é uma oportunidade perfeita para captar retratos lunares dramáticos, enquadrados por paisagens terrestres iluminadas pelo luar. Até com um simples smartphone, vale a pena experimentar captar as silhuetas de árvores, terraços ou pessoas no primeiro plano, que acrescentam escala e drama às imagens.

Vistas adicionais

Ao longo da noite, a Lua aparecerá na brilhante constelação zodiacal do Touro. A olho nu, o seu brilho poderá ofuscar as estrelas aparentemente próximas no céu, mas se tapar a Lua com o seu polegar ou utilizar binóculos, poderá procurar a estrela cor de laranja Aldebarã, uma gigante vermelha situada a cerca de 65 anos-luz que é o olho incandescente do touro.

Entre a Lua e Aldebarã encontra-se uma das vistas mais famosas do céu: as Plêiades, ou Sete Irmãs, um aglomerado brilhante de estrelas situado aproximadamente a 330 anos-luz da Terra. Os três objectos – a Lua, Aldebarã e as Plêiades – formam um triângulo celeste impressionante, que permanece visível durante grande parte da noite.

Momento de preparação para levar de novo exploradores à Lua

Por isso, quando olharmos para a companheira celeste da Terra, é importante pensarmos na forma como os ciclos naturais nos ligam tanto à ciência como aos ritmos ancestrais do nosso universo.