Imagem ilustrativa da imagem Modo de viver tem mais influência na longevidade do que o DNA, diz estudo




A nutricionista Hanielle Guisso Caitano descobriu o diagnóstico de hipotireoidismo e, posteriormente, de tireoidite de Hashimoto. Após tentativas frustradas com dieta, em 2024 fez cirurgia bariátrica, perdendo 50 kg e transformando seus hábitos




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Kadidja Fernandes/AT












O modo de viver tem mais influência na longevidade do que o DNA. É o que aponta o estudo dinamarquês “Danish Twin Study”. Ele mostra que apenas 20% da longevidade do ser humano é determinada por genes, sendo que 80% têm relação com o estilo de vida e o ambiente em que se vive.




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Outro estudo usando dados de quase 500 mil pessoas do UK Biobank, banco de dados biológicos do Reino Unido, demonstrou que o estilo de vida e o ambiente explicam 17% do risco de morte, enquanto a genética representa menos de 2%.
















“Nunca foi tão claro, do ponto de vista científico, que o modo como vivemos — o que comemos, como dormimos, nos movemos e lidamos com o estresse — determina, em grande parte, se vamos adoecer ou não ao longo da vida”, destaca a médica de Família e Comunidade Taynah Repsold.















O neurologista Ramon D’Ângelo Dias, especialista em Medicina da Dor, entende que é muito “mais simples e mais fácil de fazer o uso de uma medicação do que mudar o estilo de vida”.















“Mas sabemos que dietas ricas em antioxidantes, frutas, verduras, peixes e oleaginosas têm um poder antioxidante importantíssimo, ou seja, reduzindo a inflamação sistêmica que está presente na maioria das doenças crônicas, como artrite, obesidade e fibromialgia. Além disso, esses hábitos saudáveis permitem a regulação hormonal e neurológica”.









O médico ressalta que não existe “pílula mágica” quando o assunto é saúde. “Nós somos fruto daquilo que a gente planta a vida inteira. Todos os nossos hábitos vão refletir no nosso futuro”, destaca Ramon.

















O psiquiatra Valber Dias Pinto ressalta que até mesmo a alimentação saudável determina como o cérebro vai funcionar.









“Ou seja, o eixo cérebro-intestino é mais do que uma palavra bonita. Realmente existe uma influência muito grande de como é que o cérebro funciona a respeito de como que ele está sendo alimentado”.















A cardiologista Daniella Motta lembra ainda que a atividade física regular é uma das principais recomendações para prevenção e controle de doenças, como as cardiovasculares, além de reduzir o estresse.















“A prevenção baseada em hábitos saudáveis é eficaz, econômica e sustentável”.






















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Estabilizada















Em 2016, a nutricionista Hanielle Guisso Caitano, de 32 anos, descobriu o diagnóstico de hipotireoidismo e, posteriormente, de tireoidite de Hashimoto. Durante anos, sua tireoide desregulava, o que pode ter causado uma insuficiência cardíaca, segundo hipóteses médicas.









Isso porque, em 2021, Hanielle começou a sentir falta de ar e foi hospitalizada, sendo identificado um derrame pleural que “encharcou” seu coração de líquido, levando a insuficiência. Após o tratamento, a nutricionista conseguiu se recuperar, mas pesando 124 kg, com obesidade grau 3 e outros problemas associados, Hanielle decidiu mudar de vida.









Após tentativas frustradas com dieta, em 2024 fez cirurgia bariátrica, perdendo 50 kg e transformando seus hábitos. “Hoje, minha saúde está ótima. Minha cardiologista confirmou que meu coração está maravilhosamente bem. Não sou mais pré-diabética, não tenho mais gordura no fígado, e meus exames estão todos normais. Minha tireoide estabilizou”.








Alimentos podem afetar DNA, afirmam especialistas







Sim, o que você come no prato pode afetar o seu DNA, segundo especialistas. A presença de nutrientes pode alterar o comportamento do gene, dependendo da qualidade dos nutrientes.









“Alimentos ricos em antioxidantes (como frutas, vegetais, castanhas e azeite de oliva) protegem as células dos danos dos radicais livres que, em excesso, podem causar mutações genéticas — um dos gatilhos do câncer”, afirma a nutricionista do Hospital Albert Einstein Gabriela Rebello.









Dietas ricas em ultraprocessados, açúcar refinado, frituras e carnes processadas provocam inflamação constante, aponta Gabriela.









“Esse estado inflamatório desregula o sistema imune e cria um ambiente propício ao desenvolvimento de tumores”.









A nutricionista especialista em terapias integrativas Vanda Santana Quiuqui reforça que dieta rica em ultraprocessados, açúcares e industrializados mudam o PH do campo biológico tornando-o um ambiente ácido.






















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Vanda esclarece o papel da dieta




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Divulgação/Acervo pessoal












“Essas mudanças interferem no microbioma intestinal, aumentam radicais livres, descontrolam hormônios, tornando o organismo um terreno fértil para diversas doenças que se beneficiam com ph ácido, gerando inflamações sistêmicas (no corpo todo)”.








“Não sinto mais dor”




















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Em 2019, a jornalista Luiza Medina, descobriu ter fibromialgia, desde então começou a tomar medicação para auxiliar com as dores. Mas desde que mudou seu estilo de vida, tem sentido os efeitos na saúde




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Kadidja Fernandes/AT












Em 2019, a jornalista Luiza Medina, 33, descobriu ter fibromialgia, desde então começou a tomar medicação para auxiliar com as dores.









Mas desde que mudou seu estilo de vida – realizando caminhada, pilates, musculação, acupuntura e tomando a suplementação – Luiza tem sentido os efeitos na saúde. Ela também reduziu os alimentos inflamatórios como açúcar, farinha branca e glúten.









Há um ano ela ficou grávida, parou o remédio durante a gestação e entrou em “remissão” da doença. “A mudança no estilo de vida com certeza me ajudou demais. Consigo trabalhar e fazer as coisas do dia a dia que antes não conseguia. Tudo isso graças ao acompanhamento que faço com fisioterapeuta, psicóloga, nutricionista, médico da dor e reumatologista”.






















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Alimentação







Alimentação adequada regula a inflamação, a microbiota intestinal e a expressão genética.









Dieta mediterrânea reduz mortalidade por todas as causas (Predimed Trial).








Sono







Dormir menos que 7h por dia aumenta risco de obesidade, diabetes, depressão e doenças cardíacas.









A American Academy of Sleep Medicine recomenda 7h ou mais de sono por noite para adultos como a base mínima para suporte à saúde metabólica, cardiovascular e imunológica.








Atividade física







Atividade física melhora a pressão, a glicemia, a saúde mental e reduz a mortalidade.









Equivale a antidepressivos em depressão leve (Revisão Cochrane).









Reduz risco de câncer, doenças cardiovasculares e melhora a cognição e o humor.









Atividade física regular está ligada à longevidade (Harvard Alumni Study).









Em casos de hipertensão arterial leve em pacientes de baixo risco cardiovascular, especialmente nos estágios iniciais, mudanças no padrão alimentar — como a adoção da dieta adequada associada à restrição de sódio, perda de peso e atividade física regular — podem contribuir para normalizar os níveis a pressão arterial sem o uso de remédios.








Mente







Terapia, sono, nutrição e exercícios ajudam no tratamento de depressão e ansiedade.








Alerta







É essencial, contudo, que qualquer mudança seja acompanhada de perto por um profissional de saúde.









Fontes: Especialistas consultados.