A Tesla, gigante dos veículos elétricos (VE), enfrenta um período de forte turbulência no mercado europeu. Apesar do crescimento geral do setor, os números de vendas da empresa de Elon Musk registaram quedas drásticas em vários países, levantando questões sobre o seu futuro a curto prazo no continente.
A tempestade no mercado europeu
Enquanto o seu CEO se envolve em polémicas sobre o maior pacote de remuneração da história empresarial, a Tesla vê as suas vendas a vacilar de forma preocupante. Embora a empresa tenha registado um aumento nas vendas nos EUA no último trimestre – um pico que muitos analistas atribuem ao fim iminente de um crédito fiscal para VE -, a situação na Europa é bastante diferente e mais alarmante.
Dados recentes revelam que, em outubro, as matrículas de automóveis da Tesla, um indicador representativo das vendas, sofreram uma queda vertiginosa em comparação com o mês anterior. Na Suécia, a quebra foi de 89%, na Dinamarca atingiu os 86%, enquanto a Noruega e a Espanha registaram quedas de 50% e 31%, respetivamente.
Este cenário contrasta fortemente com o mercado geral de VE na Europa, que, no mesmo período, assistiu a um crescimento de 119%.
No entanto, há uma luz ao fundo do túnel para a empresa de Elon Musk. Nem todas as suas operações europeias enfrentaram o mesmo destino. Em França, por exemplo, as vendas da Tesla aumentaram cerca de 2,4%.
É também importante notar que estas perdas acentuadas surgiram após um mês de setembro relativamente positivo, no qual a empresa tinha registado um crescimento modesto em mercados como a Noruega e a Espanha, que agora apresentam quedas significativas.
As causas por detrás da quebra
Os analistas apontam para dois fatores principais para justificar os problemas da Tesla na Europa. Por um lado, a concorrência feroz de fabricantes chineses de VE, que têm introduzido no mercado modelos mais recentes e competitivos.
Por outro, a crescente reação negativa à figura do seu CEO, Elon Musk, cujo envolvimento em questões políticas, tanto nos Estados Unidos como na Europa, parece estar a afastar uma parte da base de clientes da empresa.
Nos EUA, a Tesla também viveu um ano desafiador. As constantes atividades políticas de Musk podem ter alienado uma parte considerável dos seus utilizadores, que, até há pouco tempo, eram maioritariamente conotados com uma faixa mais liberal da população.
Embora os resultados do terceiro trimestre tenham mostrado um aumento de 12% na receita em termos homólogos, o lucro operacional da empresa diminuiu cerca de 40% no mesmo período, um sinal de que a rentabilidade está sob pressão.
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