Volkswagen

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O prazo é 2030. Economista conceituado avisa: “Provavelmente não existirão na sua forma actual no final desta década”.
A indústria automóvel na Alemanha, noutros tempos líder inquestionável e aparentemente imbatível, está a atravessar uma situação delicada, provavelmente inédita a esta escala.
A Volkswagen, a maior das empresas alemã no sector e uma das maiores do mundo, já teve demissões em bloco e fábricas fechadas no país, além de mais despedimentos à vista.
Volkswagen e Porsche, juntas, acumulam um prejuízo de 1.000 milhões de euros, segundo os relatórios mais recentes; ainda na semana passada, a Mercedes anunciou uma queda de 50% nos lucros.
A indústria automóvel alemã enfrenta as consequências de grandes transformações e as suas próprias deficiências.
A Alemanha está a revelar dificuldades na transição de uma potência industrial para uma sociedade de inovação digital.
A economia alemã estagnou, as tarifas Trump não ajudam e começaram a surgir carros eléctricos significativamente mais baratos vindos da China. E o escândalo da manipulação de testes prejudicou muito a imagem dos fabricantes de automóveis alemães.
E, focando no sector automóvel, Moritz Schularick avisa que os três principais fabricantes de automóveis da Alemanha – Volkswagen, BMW e Mercedes – não vão continuar a ser como são.
Moritz é um economista conceituado e presidente do Instituto de Economia Mundial de Kiel.
No domingo passado, na ARD, foi questionado sobre se as três grandes empresas mencionadas, ainda existiriam na sua forma actual daqui a 10 anos.
A resposta foi directa: “Acredito que provavelmente não existirão na sua forma actual até ao final da década, dado o estado actual da indústria automóvel alemã.”
“Consigo muito bem imaginar uma espécie de solução Volvo, ou seja, um investidor estratégico para os fabricantes de automóveis alemães” – poderá ser um investidor chinês a trazer tecnologias e a abrir o acesso a novos mercados, explicou.
Moritz Schularick falou também sobre a condução autónoma – aparentemente desprezada na Alemanha – salientando que está “muito preocupado com o facto de, em todo este debate virado para o passado, nos estarmos a esquecer de qual será a próxima revolução; consequentemente, ficaremos novamente para trás”.