(em atualização)


Eu candidato-me sempre para vencer e acho que o Chega tem condições (…) de dar este abanão no sistema que nos parece importante nestas eleições presidenciais. Portanto candidatamo-nos para vencer”, começou por vincar.


André Ventura explicou que quer ser um “ator de transformação contra a corrupção, contra a imigração descontrolada no país, contra a bandalheira em que nos tornámos em várias matérias, até em termos económicos”.

Falando nos “estilos diferentes” que o país tem tido na Presidência da República, o líder do Chega considerou que nenhum dos presidentes depois do 25 de Abril foi “incrível”.

“Porém, de todos, o [melhor] modelo foi Ramalho Eanes, porque foi o único que teve a seriedade suficiente e tentou pôr o país na ordem”, que “é o que eu quero fazer também”, declarou.

Reiterando que se candidatou com um sentido de missão e que teria apoiado Pedro Passos Coelho se este avançasse para a corrida, Ventura disse que “todos percebem, à direita, ao centro-direita e mesmo no centro democrático que Gouveia e Melo não podia ser o nosso candidato”.

“Pedro Passos Coelho cometeu erros, porém vejo nele a seriedade, os valor e sobretudo a capacidade que teve de se adaptar a este novo tempo, por exemplo em matéria de imigração”, frisou.

“Portugueses comuns” à frente das “minorias ruidosas”
Na visão do candidato do Chega, o presidente deve ser um “filtro da República” e um “escrutinador da República”.

O presidente da República, com a legitimidade que tem, não se pode tornar numa figura de corta-fitas. Tem de servir para alguma coisa. E isso é ser um barómetro e ser um filtro na luta contra a corrupção, por exemplo”, determinou.


“Acho que nos estamos a tornar num país de corrupção endémica e eu quero acabar com isso”.

Questionado sobre se será presidente de todos os portugueses ou se fará distinção entre os “portugueses de bem”, André Ventura respondeu que entende “a questão simbólica de unidade” mas que “os portugueses precisam de um presidente que coloque os portugueses comuns à frente, e não as minorias ruidosas”.

“Com isto não estou a dizer que vou perseguir A, B ou C. Vou é dizer pela primeira vez aos portugueses comuns, aos que pagam impostos, que sustentam o país, que vão ter um Estado para eles também”, elucidou.


“Não serei o presidente de todos no sentido em que não serei o presidente dos criminosos que vêm do Brasil para Portugal e ficam cá a viver”, continuou o candidato. “Também não serei o presidente daqueles que há anos, ou há séculos, estão neste país mas não conseguem pagar impostos, nem integrar-se, nem cumprir as nossas leis”.

“Podíamos ser uma Califórnia da Europa”
Sobre os últimos 50 anos de democracia, André Ventura reconheceu que existiram progressos, mas que “a democracia e este regime serviram para encher os bolsos a muita gente”.

“Em 50 anos nós tivemos uma corrupção espalhada por todo o lado, que enriqueceu uma casta de pessoas que se sucedem nos cargos políticos ou são família uns dos outros”, afirmou.

Para o candidato, “o país melhorou em muitas coisas, evidentemente”, mas “é ingénuo comparar o país dos anos 2020 com o país dos anos 1960”.

“Podíamos ser uma Califórnia da Europa, podíamos ser uma Suíça, mas não somos porque houve gamanço e corrupção em todo o lado”, disse.